sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Recordar é Viver: "Mauro Val, 40 anos de um gol histórico"










Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Apesar de ter nascido em Guaratinguetá, “a cidade das terras das garças brancas”, o palmeirense Mauro da Costa Val vem fazendo história mesmo em Garça. Recentemente foi nomeado para ocupar o importante cargo de Secretário Municipal do Planejamento e Desenvolvimento Urbano, na administração do prefeito João Carlos dos Santos. Até porque tem um currículo invejável: é engenheiro civil sanitarista, graduado na Universidade de Engenharia Civil de Itajubá, especializado em engenharia sanitária e ambiental, e mestre em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Uma história que começou a ser escrita em nossa cidade há 40 anos. No dia 16 de janeiro de 1.977, o então centroavante Mauro Val, marcou de cabeça, o gol que daria o primeiro título ao Clube Atlético Ipiranga. A tradicional agremiação, fundada em 21/03/1.960, ainda não tinha sido campeã da principal competição.

A final do campeonato reuniu duas grandes forças da várzea: Frigus x Ipiranga. O time representante do frigorifico era o campeão amador e corria atrás do “bi”, e o Ipiranga, precisava quebrar o tabu. No ano de 1.975, o Frigus foi campeão justamente em cima do Ipiranga, num dramático jogo. Empate em 0 a 0 no tempo normal e vitória na cobrança de penalidades máximas por 5 a 4.

A “revanche” foi um jogo eletrizante. O palco foi o Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, que ficou completamente lotado de torcedores. Durante os noventa minutos, o placar foi 0 a 0. Na prorrogação, vitória do Ipiranga 1 a 0, gol do salvador do Mauro Val.  Ele entrou no lugar do Heitor Tiarim, e aos seis minutos, marcou de cabeça, após cruzamento do volante Berto Nico. O Frigus perdeu ainda uma invencibilidade de 18 jogos. Um título esperado por 16 anos. Uma curiosidade: o árbitro foi o Valter “Palmital’ Garcia, que na época era alto funcionário do frigorifico, mas teve o aval do Ipiranga, pela sua capacidade e idoneidade a frente da arbitragem garcense.
 
Veja no flagrante a histórica foto do Ipiranga, posando no “Platzeck”, com a faixa de campeão. Em pé da esquerda para direita: Marcelo Figueiredo, Jair Proença, Ricardinho, Corinho, Berto Nico, Robson Pezão e Alcides Vaz (treinador). Agachados: Béia Galvão, Toninho Marques, Chico Ramalho, Heitor Tiarim, Gilvan "Zé do Som" e Mauro Val. Na outra foto, veja como está o Mauro Val, ele que tem guardado carinhosamente a camisa de número 17, que utilizou naquela decisão.

O Mauro Val era um jogador versátil e também batia um bolão no futebol de salão, hoje “futsal”. Na outra foto, defendendo o Ipiranga em torneio municipal disputado na quadra do Garça Tênis Clube. Em pé da esquerda para direita: Nelson Carvalho de Souza (dirigente), Picova, Luiz Carlos, Faruk Salmen (treinador), Cabrini e Corinho. Agachados: Túlio Calegaro, Mauro Val, Tico e Joatan. Quando chegou em Garça, o Mauro Val, que ganhou o apelido de Mauro Dinamite”, numa alusão ao centroavante do Vasco da Gama, também jogou no Rodoviário e Casa Ipiranga, sempre marcando gols. Ele também morou em Belo Horizonte, e jogou no time do A. A. Banco do Brasil. Não só pelo futebol, mas porque seu pai, Marcelo da Costa Val, era funcionário da instituição bancária. Disputou a Copa Itatiaia de futebol e torneio de futsal em Itajubá, época que cursava a faculdade. Também teve o privilégio de disputar uma partida (preliminar) no Estádio Governador Magalhães Pinto, o “Mineirão”: foi na despedida do lateral Manoel Rezende de Matos Cabral, o Nelinho, ex-craque do Cruzeiro e Atlético. Na ocasião, integrou o combinado da AABB x AGAP.  

Como um bom esportista, quer ver um futebol amador forte e competitivo, como era na sua época. Assim como torce para a volta do Garça FC., clube que o seu pai Marcelo da Costa Val, foi presidente no final dos anos 70.