sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Recordar é Viver: "Pelezinho, uma grande revelação da várzea garcense"












Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Ele surgiu como uma grande revelação da várzea garcense nos anos 60. Estamos falando do Paulo Roberto Gonçalves, mais conhecido como “Pelezinho”, tudo por causa da aparência física com o Pelé. Já alguns colegas e também esportistas me confidenciaram que o futebol dele, tinha alguns lances e jogadas  parecidas com a do “Rei do Futebol”. Era um época totalmente diferente da atual, bem mais difícil para um jogador do interior chegar num time grande. Mas o Pelezinho e o Waldir Peres, despontaram juntos na várzea, e chegaram lá. Enquanto o goleiro foi para Campinas (Ponte Preta), o meio campista seguiu para Porto Alegre no Internacional.

Desde garoto o Pelezinho já demonstrava que teria futuro promissor no futebol. Quem nos revelou foi o amigo Antonio Carlos, o “Tonhá”, quando jogavam bola, praticamente todos os dias, no campinho que ficava atrás da Casa da Agricultura (onde hoje é o Escritório da Força e Luz), no centro da cidade. O Pelezinho já demonstrativa habilidade com a bola e jogadas diferenciadas. Por isto, no tradicional “par ou impar” era sempre o primeiro a ser escolhido. Não demorou muito foi chamado para jogar no Paulistinha, que estava montando uma equipe juvenil. O Paulistinha conseguiu reunir uma boa garotada e logo de cara campeão no ano de 1.965, liderado pelo meia Pelezinho. Veja o time campeão, em pé da esquerda para direita: Nelsinho (treinador), Ademir Fermino, Florio, Meneguete, Luiz Paulo Peres, Bidiu, Tião Quadrado e Fred; agachados: Crescêncio, Helinho Tercioti, Rabudinho, Pelezinho e Osvald Heredia. A foto histórica é no antigo Campo do Municipal, que ficava ao lado da antiga mata (Bosque Municipal), onde hoje no local esta instalado o  Fórum da Justiça.

Depois o Pelezinho foi para o Garça, do presidente João Bento, que atendeu o pedido do técnico Altamiro Gomes, que viu nele grande potencial. Não demorou muito e começou se destacar entre os profissionais, apesar da pouca idade de 16 para 17 anos. Até que chamou a atenção do esportista dr. Cláudio Fernandes Alves, que durante duas semanas ficou observando seu futebol nos treinamentos e jogos. Com bom relacionamento no futebol da época, o dr. Cláudio Alves, acabou levando o Pelezinho para um período de testes no Internacional, de Porto Alegre. Aprovado, foi contrato pelo time gaúcho. Adquiriu um novo nome “Paulo Garça”. Só que acabou não se afirmando no Internacional, pois não jogava na sua real posição. Em muitas ocasiões foi deslocado para a lateral direita. O que prejudicava seu rendimento. Chegou a tentar a sorte no  São Paulo, onde estava o goleiro Waldir Peres, sem êxitos. Até que foi para o Estado de Santa Catarina onde fez sucesso e deslanchou na carreira. No ano de 1.974 acabou sendo contratado pelo Avaí. Em 75 foi campeão catarinense. Defendeu também o tradicional time do Criciúma. Passou ainda pelo Brasil, de Pelotas, depois no Paraná. Em final de carreira jogou em times do interior paulista, no Catanduvense e no Dracena.

Recordamos o Garça, temporada 1.968/69: Em pé da esquerda para direita: João Truzzi (treinador), Dr. Zé Carlos (médico), Agamenon, Waldir Peres, Chóla, Silvio, Zé Carlos, Antonio Carlos, Zélão (massagista), Toninho Marques (presidente) e Leite (dirigente); agachados: Plínio Dias (atleta), Goiano, Nelson Semenssato, Helinho Tercioti, Teotônio, Bauru, Pelezinho, Lúcio e Grilo.

Atualmente o Pelezinho mora na cidade de Florianópolis, desfrutando da aposentadoria do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. É casado com a Maria Dóris e o casal tem três filhos: Josiane, Priscila e Alisson, além de três netos.

FAMÍLIA DE JOGADORES: Inegavelmente, o Pelezinho foi o melhor jogador da família “Gonçalves”. Mas seus irmãos mais novos, o Márcio “Terola” e o Marcos “Macalé”, também foram bom de bola. Olha se tentassem seguir na carreira, e contando com um pouco de sorte, fariam bonito. O Márcio jogou nos juniores do Garça, no time do Banespa, Casa Ipiranga e Salão Carter (futebol suíço), onde foi campeão no ano de 1.991. Já o Macalé teve uma rápida passagem no futebol menor garcense. No ano de 1.984, jogou no time da Sapataria Santo Antonio, onde foi campeão juvenil em cima do Flamengo, numa final empolgante, decidida nos pênaltis. Depois preferiu o trabalho ao futebol. Hoje está residindo em Imperatriz, Estado do Maranhão. No flagrante veja como está o Pelezinho, posando com o filho Alisson e o patriarca Antonio Gonçalves, que acaba de completar 94 anos de idade. “Seo” Antonio é bastante querido pelos amigos e ferroviários de nossa cidade. Afinal de contas ele por muito tempo trabalhou na extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro, na estação do trem de Garça, nos bons tempos da ferrovia no Brasil.