Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Ele
surgiu como uma grande revelação da várzea garcense nos anos 60. Estamos
falando do Paulo Roberto Gonçalves, mais conhecido como “Pelezinho”, tudo por
causa da aparência física com o Pelé. Já alguns colegas e também esportistas me
confidenciaram que o futebol dele, tinha alguns lances e jogadas parecidas com a do “Rei do Futebol”. Era um
época totalmente diferente da atual, bem mais difícil para um jogador do
interior chegar num time grande. Mas o Pelezinho e o Waldir Peres, despontaram
juntos na várzea, e chegaram lá. Enquanto o goleiro foi para Campinas (Ponte
Preta), o meio campista seguiu para Porto Alegre no Internacional.
Desde
garoto o Pelezinho já demonstrava que teria futuro promissor no futebol. Quem
nos revelou foi o amigo Antonio Carlos, o “Tonhá”, quando jogavam bola,
praticamente todos os dias, no campinho que ficava atrás da Casa da Agricultura
(onde hoje é o Escritório da Força e Luz), no centro da cidade. O Pelezinho já
demonstrativa habilidade com a bola e jogadas diferenciadas. Por isto, no
tradicional “par ou impar” era sempre o primeiro a ser escolhido. Não demorou
muito foi chamado para jogar no Paulistinha, que estava montando uma equipe
juvenil. O Paulistinha conseguiu reunir uma boa garotada e logo de cara campeão
no ano de 1.965, liderado pelo meia Pelezinho. Veja o time campeão, em pé da esquerda para direita: Nelsinho (treinador),
Ademir Fermino, Florio, Meneguete, Luiz Paulo Peres, Bidiu, Tião Quadrado e
Fred; agachados: Crescêncio, Helinho Tercioti, Rabudinho, Pelezinho e Osvald
Heredia. A foto histórica é no antigo Campo do Municipal, que ficava ao lado da
antiga mata (Bosque Municipal), onde hoje no local esta instalado o Fórum da Justiça.
Depois o Pelezinho foi para o Garça, do presidente João
Bento, que atendeu o pedido do técnico Altamiro Gomes, que viu nele grande
potencial. Não demorou muito e começou se destacar entre os profissionais,
apesar da pouca idade de 16 para 17 anos. Até que chamou a atenção do
esportista dr. Cláudio Fernandes Alves, que durante duas semanas ficou
observando seu futebol nos treinamentos e jogos. Com bom relacionamento no
futebol da época, o dr. Cláudio Alves, acabou levando o Pelezinho para um
período de testes no Internacional, de Porto Alegre. Aprovado, foi contrato
pelo time gaúcho. Adquiriu um novo nome “Paulo Garça”. Só que acabou não se
afirmando no Internacional, pois não jogava na sua real posição. Em muitas
ocasiões foi deslocado para a lateral direita. O que prejudicava seu rendimento.
Chegou a tentar a sorte no São Paulo,
onde estava o goleiro Waldir Peres, sem êxitos. Até que foi para o Estado de
Santa Catarina onde fez sucesso e deslanchou na carreira. No ano de 1.974 acabou
sendo contratado pelo Avaí. Em 75 foi campeão catarinense. Defendeu também o
tradicional time do Criciúma. Passou ainda pelo Brasil, de Pelotas, depois no
Paraná. Em final de carreira jogou em times do interior paulista, no
Catanduvense e no Dracena.
Recordamos o Garça, temporada 1.968/69: Em pé da
esquerda para direita: João Truzzi (treinador), Dr. Zé Carlos (médico),
Agamenon, Waldir Peres, Chóla, Silvio, Zé Carlos, Antonio Carlos, Zélão
(massagista), Toninho Marques (presidente) e Leite (dirigente); agachados:
Plínio Dias (atleta), Goiano, Nelson Semenssato, Helinho Tercioti, Teotônio,
Bauru, Pelezinho, Lúcio e Grilo.
Atualmente o Pelezinho mora na cidade de
Florianópolis, desfrutando da aposentadoria do Tribunal de Justiça do Estado de
Santa Catarina. É casado com a Maria Dóris e o casal tem três filhos: Josiane,
Priscila e Alisson, além de três netos.
FAMÍLIA
DE JOGADORES: Inegavelmente,
o Pelezinho foi o melhor jogador da família “Gonçalves”. Mas seus irmãos mais
novos, o Márcio “Terola” e o Marcos “Macalé”, também foram bom de bola. Olha se
tentassem seguir na carreira, e contando com um pouco de sorte, fariam bonito.
O Márcio jogou nos juniores do Garça, no time do Banespa, Casa Ipiranga e Salão
Carter (futebol suíço), onde foi campeão no ano de 1.991. Já o Macalé teve uma
rápida passagem no futebol menor garcense. No ano de 1.984, jogou no time da
Sapataria Santo Antonio, onde foi campeão juvenil em cima do Flamengo, numa
final empolgante, decidida nos pênaltis. Depois preferiu o trabalho ao futebol.
Hoje está residindo em Imperatriz, Estado do Maranhão. No flagrante veja como
está o Pelezinho, posando com o filho Alisson e o patriarca Antonio Gonçalves,
que acaba de completar 94 anos de idade. “Seo” Antonio é bastante querido pelos
amigos e ferroviários de nossa cidade. Afinal de contas ele por muito tempo trabalhou
na extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro, na estação do trem de
Garça, nos bons tempos da ferrovia no Brasil.