Corinho, um zagueiro por excelência e uma liderança em campo
Corinho (à esquerda) no ano de 1967, com a camisa do Vasquinho; À direita, no ano de 1979, com a camisa do Ipiranga
Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Laerte Moreno Carrenho, o "Corinho", ex-zagueiro, sem sombra de dúvidas, é um dos grandes nomes do futebol amador e suiço garcense. Foi mais uma grata revelação do futebol jafense. O apelido herdou do saudoso irmão Israel, meio campista técnico, ja falecido.
O Corinho foi um grande zagueiro, jaqueta 3, no melhor estilo "xerifão", sabia impor respeito lá trás. Mas tinha uma vantagem: era uma liderança em campo. Tanto é verdade que em todos os times que jogou foi o capitão.
Tudo comecou com apenas 12 anos, quando iniciou no Vasquinho, do técnico Zé Luiz. Depois defendeu o Água Branca, de Vila Salgueiro. Despontando entre a garotada, foi contratado pelo time do Induscômio, onde se tornou bi-campeão do Amador em 1972/73. Pra variar, com a braçadeira de campeão, apesar de contar com apenas 17 anos de idade.
![]() |
Corinho no Garça FC, ano de 1974, em pé, da esquerda para direita: Chiquinho, Manduca, Corinho, Ari Lima, Pedroso e Joãozinho; Agachados: Davi, Cláudio Belon, Rogerinho, Osmar Silvestre e Carlinhos |
Nos anos de 1974 e 1975 jogou no Garça, formando uma boa dupla, às vezes com Pedroso, outra com Manduca. Em 1976 retornou ao Amador, defendendo o Ipiranga, e logo de cara, ajudou o time ipiranguista a se tornar campeão amador pela primeira vez. Ainda repetiu a dose em 1979, com um novo título, desta vez de forma inedita e invicta. Depois, ainda, jogou no futebol suíço, no Kosminho e Dinos.
GOL ANTOLÓGICO: O Corinho, por atuar de zagueiro, marcou poucos gols na carreira. Mas um gol foi memorável. Aconteceu no dia 25 de novembro de 1973, quando estava no Induscômio, no jogo contra o poderoso Serenata, válido pela fase final do Campeonato Amador. Um clássico, cujo vencedor, fatalmente ficaria com o titulo da temporada. O Serenata até então, era o franco favorito, estava invicto, e teve um domínio amplo na decisiva partida.
Até que no apagar das luzes, saiu uma falta na intermediária, um pouco à frente do grande circulo para o Induscômio. O Corinho chega, ajeita a bola, afasta, vem e manda um "tirombaço". A bola sai em linha e reta e vai subindo em direção ao gol. O bom goleiro Osni voa e nada alcança. A bola caprichosamente bate na "forquilha", nas costas do goleiro e balança a rede.
Depois foi só segurar o placar e garantir o titulo. Com este gol, o jafense Corinho ainda entrou para a seleção dos melhores do campeonato, que foi esta: Cabrini; Picova, Corinho, Robson "Pezão" e Zé Walter; Berto Nico e Tonho Nego; Béia, Gininho, Viola e Cidão. De fato, o Corinho não só entrou para a seleção do campeonato de 1973, como entrou para a história do futebol garcense.