sexta-feira, 19 de abril de 2013

Recordar é Viver: "Brasil: o time que perdeu a Copa e conquistou o mundo"







Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Na semana passada fui presenteado pelo corintiano Enéas Filho com o livro “Brasil – o time que perdeu a Copa e conquistou o Mundo”, escrito por Paulo Roberto Falcão, ex-volante, um craque da bola,  jogador que defendeu o Internacional de Porto Alegre, São Paulo, no italiano Roma, quando foi  considerado “o “rei de Roma”, e na Seleção Brasileira.
Confesso  que já faz um bom tempo que não lia um livro, não sei se por falta de costume ou acho que é preguiça mesmo. Mas este não pude resistir, pois queria saber o real motivo da memorável seleção brasileira não ter conquistado a Copa da Espanha – 1982,  tudo por causa da incrível derrota para a Itália, pelo placar de 3 a 2.
O craque Falcão tentou no livro explicar, ouviu o depoimento de todos os jogadores que participaram naquela partida, cada um dando sua versão para o desastre de “Sarriá”. Até mesmo o italiano Paulo Rossi, autor dos três jogou, deu sua versão. Confesso que ainda não deu para chegar a uma conclusão lógica do que aconteceu naquele fatídico 5 de julho de 1.982, na cidade de Barcelona.
Falcão tentou dar a resposta: “Não perdemos aquele jogo. Ganhamos. Ganhamos muito, tendo o privilégio de participar daquela seleção mágica, com um craque em cada posição, com o entendimento perfeito de que o futebol deve ser jogado para frente, com alegria, com talento e com prazer. Ganhamos um prêmio mais importante do que o título, que é o reconhecimento do mundo para o nosso jogo bonito, para a nossa arte, para o nosso futebol coletivo, para a nossa disposição de encantar o público e tornar aquele time inesquecível. No futebol nem sempre ganhar o melhor. Aquele Brasil de 82 foi um campeão de encantamento”. O livro merece ser lido, pois aquela seleção parecia ser de outro planeta e mesmo sem trazer o título deu um verdadeiro show de bola.
Historias do Waldir Peres:  segundo o “guapo garcense” os jogadores mineiros daquela seleção estavam sempre juntos e gostavam de brincar uns com os outros, especialmente Toninho Cerezo e Paulo Isidoro, que também foram companheiros no Atlético-MG. Uma das atividades preferidas dos atletas era jogar cartas depois do jantar, comendo a sobremesa de frutas. Paulo Isidoro gostava de deixar sempre uma maçã ao lado. Toninho Cerezo esperava que ele se distraísse, chegava furtivamente e dava uma mordida na maça. Todos se divertiam quando Isidoro procurava a fruta e a encontrava  mexida. Até que um dia ele armou sua vingança. Pediu emprestada uma seringa para o massagista Nocaute Jack, encheu-a com água, sal e pimenta. Injetou o preparado na maçã, colocou-a estrategicamente ao lado e iniciou sua participação na jogatina. Não deu outra: Cerezo chegou, agarrou a maçã e meteu o dente com vontade. Saiu cuspindo, e a turma caiu na risada.
Nos flagrantes a caricatura do garcense Waldir Peres, goleiro titular na Seleção Brasileira, que segundo Falcão “em estádio de refletores fortes, só ele brilha”, tudo por causa de sua calvície.  E a memorável equipe montada pelo técnico Telê Santana, um time que perdeu a copa, porém, conquistou o mundo. Em pé da esquerda para direita: Sócrates (capitão), Waldir Peres, Zico, Leandro, Luzinho, Júnior, Oscar, Dirceu, Falcão, Serginho Chulapa e Éder Aleixo. 

Fonte: Jornal Comarca de Garça