Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Na
semana passada fui presenteado pelo corintiano Enéas Filho com o livro “Brasil
– o time que perdeu a Copa e conquistou o Mundo”, escrito por Paulo Roberto
Falcão, ex-volante, um craque da bola, jogador que defendeu o Internacional de Porto
Alegre, São Paulo, no italiano Roma, quando foi considerado “o “rei de Roma”, e na Seleção
Brasileira.
Confesso que já faz um bom tempo que não lia um livro,
não sei se por falta de costume ou acho que é preguiça mesmo. Mas este não pude
resistir, pois queria saber o real motivo da memorável seleção brasileira não
ter conquistado a Copa da Espanha – 1982, tudo por causa da incrível derrota para a
Itália, pelo placar de 3 a 2.
O
craque Falcão tentou no livro explicar, ouviu o depoimento de todos os
jogadores que participaram naquela partida, cada um dando sua versão para o
desastre de “Sarriá”. Até mesmo o italiano Paulo Rossi, autor dos três jogou,
deu sua versão. Confesso que ainda não deu para chegar a uma conclusão lógica
do que aconteceu naquele fatídico 5 de julho de 1.982, na cidade de Barcelona.
Falcão
tentou dar a resposta: “Não perdemos aquele jogo. Ganhamos. Ganhamos muito,
tendo o privilégio de participar daquela seleção mágica, com um craque em cada
posição, com o entendimento perfeito de que o futebol deve ser jogado para
frente, com alegria, com talento e com prazer. Ganhamos um prêmio mais
importante do que o título, que é o reconhecimento do mundo para o nosso jogo
bonito, para a nossa arte, para o nosso futebol coletivo, para a nossa disposição
de encantar o público e tornar aquele time inesquecível. No futebol nem sempre
ganhar o melhor. Aquele Brasil de 82 foi um campeão de encantamento”. O livro
merece ser lido, pois aquela seleção parecia ser de outro planeta e mesmo sem
trazer o título deu um verdadeiro show de bola.
Historias
do Waldir Peres: segundo o “guapo garcense” os jogadores
mineiros daquela seleção estavam sempre juntos e gostavam de brincar uns com os
outros, especialmente Toninho Cerezo e Paulo Isidoro, que também foram companheiros
no Atlético-MG. Uma das atividades preferidas dos atletas era jogar cartas
depois do jantar, comendo a sobremesa de frutas. Paulo Isidoro gostava de
deixar sempre uma maçã ao lado. Toninho Cerezo esperava que ele se distraísse,
chegava furtivamente e dava uma mordida na maça. Todos se divertiam quando
Isidoro procurava a fruta e a encontrava mexida. Até que um dia ele armou sua vingança.
Pediu emprestada uma seringa para o massagista Nocaute Jack, encheu-a com água,
sal e pimenta. Injetou o preparado na maçã, colocou-a estrategicamente ao lado
e iniciou sua participação na jogatina. Não deu outra: Cerezo chegou, agarrou a
maçã e meteu o dente com vontade. Saiu cuspindo, e a turma caiu na risada.
Nos
flagrantes a caricatura do garcense Waldir Peres, goleiro titular na Seleção
Brasileira, que segundo Falcão “em estádio de refletores fortes, só ele
brilha”, tudo por causa de sua calvície. E a memorável equipe montada pelo técnico Telê
Santana, um time que perdeu a copa, porém, conquistou o mundo. Em pé da
esquerda para direita: Sócrates (capitão), Waldir Peres, Zico, Leandro,
Luzinho, Júnior, Oscar, Dirceu, Falcão, Serginho Chulapa e Éder Aleixo.
Fonte: Jornal Comarca de Garça