Por Wanderley `Tico´ Cassolla
O garcense João Rosário, o “Rosarinho”, vem quebrando
tabu e recordes na tradicional Corrida de São Silvestre, disputada pelas ruas
centrais de São Paulo, sempre no último dia do ano. Na última, Rosarinho prestou
duas homenagens: um banner com o nome de sua querida terra natal. E também saudando seu ídolo, o tcheco Emil
Zatopek, um dos maiores corredores da história da corrida. Além do que Rosarinho, com 89 anos, foi o mais
velho corredor inscrito na prova, dentre os 30 mil participantes, correndo pela
equipe Vovocops, da cidade de Osasco.
Integrou a faixa estaria acima de 79
anos, que teve 22 participantes e fez bonito. Provando que está em grande forma,
Rosarinho completou os 15 quilômetros da prova com o tempo líquido de 02: 47:04”,
terminando na 13ª colocação.
Importante lembrar que na prova masculina o vencedor
foi o etíope Leul Gebresilave Aleme, com o tempo de 00:44:53, enquanto na
feminina, a vitória foi da queniana Jemima Jelagat, batendo o recorde da prova,
com o tempo de 00:48:35. A saga de Rosarinho não termina. Já começou os
preparativos para a próxima edição, quando completará 90 anos de idade. Vem agendando várias provas para manter a forma
física. Em sua juventude, nos anos
50/60, Rosarinho jogou na várzea garcense, defendendo o Clube
Atlético Brasil, Associação Atlética Bandeirantes e Nissey Clube, e também o
Garça Esporte Clube, se destacando como um bom meia atacante ou ponta esquerda.
A primeira corrida de São Silvestre aconteceu no dia 31 de dezembro de 1.925 e teve apenas 60 atletas inscritos. Deste, 48 compareceram para disputar a prova. Pelo regulamento, 37 foram classificados ao chegarem três minutos após o primeiro colocado. Em 2.016, a prova chegou a sua 92ª edição sem interrupção. Ele foi realizada até mesmo durante a Revolução Constitucionalista de 1932 e a II Guerra Mundial.
Por 16 anos, apenas atletas paulistas venceram a corrida de são silvestre. A supremacia do Estado de são Paulo só foi quebrado quando o mineiro José Tibúrcio dos Santos foi campeão em 1.941. Após a conquista de três medalhas de ouro nos Jogos Olímpico de 1.953, Emil Zatopek, da Tchecoslováquia, participou da prova diante do maior público dentro da história do esporte na época. Cerca de 800 mil pessoas saíram para ver o notável Zatopek correr. Esta foi a primeira corrida que teve a participação do garcense Rosarinho.
No ano de 1.975, as mulheres disputaram a são Silvestre pela primeira vez. A vencedora foi a alemã Christa Valensieck, que derrotou a norte americana Jackie Hansen, então consideradas as duas melhores fundistas do mundo. Fora inscrita 17 mulheres, largaram 14 e 12 terminaram o percurso. Com a internacionalização da prova, o Brasil ficou 33 anos sem ganhar. Até que José João da Silva, atleta do são Paulo FC, quebrou a hegemonia estrangeira no dia 31 de dezembro de 1.980. No anos de 1.989, a prova quebrou uma tradição: deixou de ser realizada no período noturno, e foi disputada no horários das 17:00 horas.
O queniano Paul Tergat venceu pela primeira vez em 1.995. Ele se tornou o grande corredor da São Silvestre, com vitórias também em 95, 96, 98, 99 e 2.000. O atleta detém o recorde da maratona com o tempo 02h:04m:55s. No lado feminino a maior vencedora é a portuguesa Rosa Mota, com 6 vitorias, entre os anos de 1.981 à 1.986.
O paranaense Émerson Iser Bem, no ano de 1.997, foi o único a derrotar o queniano Paul Tergat, maior vencedor da Corrida Internacional de São Silvestre, durante suas participações na prova.
Marílson Gomes dos Santos cruzou a linha de chegada pela primeira vez em 2.003.O atleta brasileiro voltou a brilhar na prova em 2.005 e 2.010, se tornando o primeiro atleta brasileiro tricampeão desde a fase internacional de São Silvestre.