Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Na última quarta-feira logo de manhã, o ex-técnico do Ipiranga, Alcides Vaz, nos dá a triste notícia do falecimento do sr. José Gonçalves, o conhecido Zé Massagista, de tantas e tantas glórias prestadas ao Garça FC. nos anos 60/70. Estava com 91 anos de idade, e morava no Lar dos Velhos “Frederico Ozanan”, onde o Alcides Vaz presta um brilhante trabalho voluntário
.
“Seo” Zé Massagista foi massagista dos memoráveis
times do Garça de outrora, quando o “Azulão” viveu uma grande fase. Sua
passagem pelo Garça durou cerca de 8 anos,
entre 1.967 a 1.975. Apesar de ter trabalhado em vários clubes do interior paulista
e do Paraná, o orgulho do “Seo” Zé Massagista foi mesmo o Garça, isto ele não cansava
de me falar, e repetir para os amigos.
Vivenciou momentos inesquecíveis,
fatos que marcaram sua longa trajetória no futebol. Adorava falar dos “casos e
causos” vividos dentro e fora dos gramados. Daria para escrever um bom livro,
com muitas verdades e também pitorescos. Quem conhece sabe que o dia a dia de
uma massagista de um time é trabalhoso, mas altamente compensador,
principalmente recuperando os atletas, colocando-os em condições de jogos. Quem
não se lembra dele, vestido todo de branco, dando aqueles piques desde o banco
de reserva até o jogador caído no gramado. Uma água trazida nas aqueles antigas
bolsas pra refrescar e um “éter” milagroso. Mais o recado para jogador: “volta
que precisamos ganhar o jogo”, ou “levanta e marca logo um gol”, ou ainda:
“goleirão, pega tudo, que o jogo já está acabando”. Até mesmo fazendo aquela
cera, para segurar o resultado do jogo, a mando do treinador. Sem falar na
história do “cafezinho amargo” para os jogadores. Veja no ano de 1.972, na foto
junto dos atletas do Garça, Ari Lima (esq) e Abegar, com a camisa estampada a
letra “M”, que combinava com a caixa de massagista (ainda de madeira), seu
instrumento de trabalho.
“Seo Zé” fez parte do Garça,
legítimo campeão da 2ª Divisão de Profissionais do Estado de São Paulo, no ano
de 1.969, único título reconhecido pela Federação Paulista. Outra agremiação que marcou sua carreira foi o
Atlético Paranaense, onde trabalhou por vários anos, segundo ele um clube
organizado e com muita estrutura na época. O “seo” Zé tem uma longa folha de serviços
prestadas ao futebol do interior. Ele bem que tentou ser jogador lá nos anos 40.
Foi goleiro na Prudentina (Presidente Prudente), Ferroviária (Assis) e Paulista
(Álvares Machado). Mas não deu certo nesta ingrata profissão. Com uma grave
contusão (fratura da perna) encerrou a carreira prematuramente. Até que, a pedido
de um dirigente passou para massagista, e não largou mais.
O primeiro time foi a
Prudentina, depois a Ferroviária de Assis e Botucatu, Londrina, Cambará,
Atlético Paranaense, Corintinha de Prudente, Garça, Velo Clube Rioclarense, Taquaritinga,
São Carlense, dentre outros. Na Portuguesa de Desportos trabalhou como auxiliar de Mário Américo, o mais famoso e folclórico
massagista do futebol brasileiro em todos os tempos. Mário Américo integrou a
seleção brasileira de 1950 a 1974 e participou de 7 Copas do Mundo.
Recordamos o Garça, campeão
do ano de 1.969, posando com a faixa de campeão no Estádio Municipal “Frederico
Platzeck”. Em pé da esquerda para direita: Valeriano (técnico), Plínio Dias, Ari Lima,
Plínio Cabrini, Luizão, Dadi, Waldir Peres, Pedroso, Goiano e Zé (massagista); agachados: Coquinho, Zé Carlos, Rogerinho, Osmar Silvestre, Nei e Helinho. Depois as últimas fotos no ano passado, quando
encontrou o lateral Abegar, e também o técnico Valeriano (esq) o goleiro
Chiquinho. Com certeza jogadores que deram muitas glórias ao Garça FC. “Seo” Zé
Massagista deixou a filha Aparecida Gonçalves.