sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Recordar é Viver: "Eder Jofre, uma lenda do boxe mundial"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

O esporte nacional ficou um pouco mais triste, com o falecimento de Eder Jofre, no último dia 2 de outubro. O pugilista foi um verdadeiro ícone do boxe brasileiro e mundial. É o tipo de atleta que surge de 100 em 100 anos.

Na minha opinião está no mesmo nível de Pelé, no futebol, Airton Sena, no automobilismo, Falcão, no futsal, Hortência, no basquete feminino, Oscar Schimidt no basquete masculino, e Marta, no futebol feminino, dentre outros, em se falando de esportes coletivos. São brasileiros natos, esportistas que devem ser exaltados e idolatrados ontem, hoje e sempre.

Éder Jofre sempre será lembrado como uma das maiores lendas do boxe mundial. É ídolo até de gigantes dos ringues, como o estadunidense Mike Tyson, um dos melhores da história do boxe, que numa ocasião conversando com o piloto brasileiro Emerson Fittipaldi, admitiu que se inspirou nele para se tornar um boxeador.  

Por especialistas brasileiros, Eder Jofre é considerado o maior nome do boxe brasileiro de todos os tempos. No ano de 1.992 passou a integrar o Hall da Fama do Boxe. De acordo com a revista The Ring, a mais prestigiada do boxe, Éder Jofre está entre os 50 maiores pugilistas da era moderna, ficando em 9º lugar. Eder Jofre faleceu aos 86 anos, e seu corpo foi cremado no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos/SP.


E o glorioso tricolor paulista, time do coração de Eder Jofre, assim se pronunciou: “O São Paulo Futebol Clube, com imensa tristeza, lamenta o falecimento do campeão Eder Jofre na madrugada deste domingo, 2 de outubro, em Embu das Artes (SP), em decorrência de pneumonia. O galinho de ouro Eder Jofre é o maior nome do boxe brasileiro. Detentor de três cinturões mundiais, foi campeão mundial pela Associação Mundial de Boxe – AMB na categoria peso galo em 1960, campeão unificado pela AMB e pela União Europeia de Boxe – UEB em 1962 e, por fim, como competidor peso pena faturou mais um título mundial pelo Conselho Mundial de Boxe – CMB em 1973. Foi condecorado como o melhor peso galo de todos os tempos do CMB em 1983 e foi indicado ao Hall da Fama do boxe da IBHOF em 1992, e ao Hall da Fama da WCBHOF em 2021, além de eleito o nono melhor pugilista dos últimos 50 anos pela Revista norte-Americana 'The Ring'.

 Ao fim da carreira, o cartel de Eder Jofre apresentava incríveis 50 nocautes, 72 vitórias, quatro empates e somente duas derrotas: as duas nas controversas lutas contra o japonês Harada. Aposentado do ringue, Eder Jofre foi professor da modalidade por anos e foi vereador da cidade de São Paulo, com mandatos de 1982 a 2000, tendo aprovado muitas leis relacionadas com saúde e educação. O São Paulo Futebol Clube se solidariza com família, amigos e fãs do pugilismo, em geral, neste momento de dor”.


 

Poucos sabem, mas na década de 60, Éder Jofre esteve aqui em Garça, jogando bola. Com um time de amigos de São Paulo, enfrentou uma seleção varzeana master ou veteranos, em jogo festivo realizado no antigo Campo de Vila Williams, em frente o Hospital São Lucas. No flagrante, Éder Jofre posando ao lado dos garcenses. Em pé da esquerda para direita: Osvaldo Leal (dirigente), Alcides Vaz, Roberto, Hagop Meguerditchian, Erônides José Barbosa, João Alexandre  Colombani, Scurachio, Edgar Alves, Nelsinho Semenssato, Vivaldo Cury (dirigente), José Luiz Costa (dirigente) e CecI; agachados: Nenê Ferrari, Alcides Rizzi, Irineu Palmeira, Acácio Falcão, Éder Jofre, João Trinca, Hélder "Alemão" Bosque, Valter “Palmital” Garcia e Daniel Berno.

Na outra foto: Acácio Falcão, Eder Jofre e Irineu Palmeira; agachados: Edgar Alves e Alcides Rizzi.

Como bem disse o jornalista/radialista santista Milton Neves: “Eder Jofre deveria ter sido exaltado sempre, e não apenas em seu velório”.