O zagueiro Henrique e o garcense Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza |
Que o garcense Cássio L. Zancopé não esquece que começou a sua carreira como árbitro do Campeonato Amador garcense, até atingir a FPF, todos sabem. Inclusive que ele sempre está apitando os principais jogos do futebol garcense, quando a escala da Federação lhe permite. Mas a lite paulista conta com um outro garcense: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, residente na capital, que há tempos saiu de Garça, onde ainda residem os seus familiares.
A reportagem do UOL fez uma interessante matéria com Ribeiro, que reproduzimos abaixo. Conheça um pouco mais sobre mais um garcense na FPF:
Importantes árbitros do futebol brasileiro alternam jogos profissionais com partidas da várzea para aprender a malandragem dos terrões e usá-la para controlar os milionários jogadores dos grandes clubes. Quanto mais famoso é um atleta, mais ele tenta influenciar as decisões dos juízes dentro de campo. Mas os apitadores garantem que o futebol varzeano pode ajudar e muito o árbitro a tirar de letra o trabalho em competições de ponta como o Campeonato Paulista e o Brasileirão.
"A procura só aumenta. Árbitros do quadro principal paulista e brasileiro querem atuar na várzea, principalmente na Copa Kaiser. A várzea é uma grande escola para árbitros", afirma Arthur Alves Junior, presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo. "Eu não diria que é a malandragem que eles aprendem na várzea e levam para o profissionais. Mas muitas situações vividas na várzea servem para tirar de letra o jogo profissional, como o controle da partida. Quem se impõe na várzea, consegue controlar qualquer partida profissional", completa ele.
Integrante do quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza já apitou grandes clássicos do futebol nacional. Ele poderia deixar de atuar na Copa Kaiser. Entretanto, o microempresário faz questão de usar a várzea para o seu crescimento enquanto juiz. "A várzea é o treinamento perfeito para o profissional. Você entende melhor como controlar a partida e os jogadores. O jogador de várzea não tem nada a perder, tem mais malícia e isso pode ser usado por você no profissional. Você fica esperto sabendo lidar com jogadores sem fama e aplica nos famosos", disse ele.
Um dos mais requisitados árbitros paulistas nas últimas temporadas, Marcelo explica que, apesar de ser bastante pegado, os jogos da várzea não têm tantos cartões amarelos como as partidas profissionais. E ele relata uma técnica de arbitragem comum nos duelos varzeanos que pode ser transportada para a elite do futebol. "Na várzea, você pode controlar o jogo com o bom senso. Ao invés de ficar dando cartões, conversa mais e só dá cartão quando for algo muito grave", comentou o árbitro. "Sendo assim, você precisa mais ter o controle da partida do que cumprir a regra. Você precisa controlar aquele jogador que tem controle sobre os demais. Mostrando para ele que a partida está nas suas mãos, fica mais fácil ser respeitado por todos e ter tranquilidade para apitar", emenda Aparecido.
Fonte: UOL