Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Com a Copa do Mundo-FIFA acontecendo no Brasil, a magia dos álbuns de
figurinhas dos jogadores entre os torcedores continua a todo vapor. No ultimo
domingo de manhã, quando fomos comprar o tradicional jornal de esportes,
pudemos notar na Banca do Sebo, que a movimentação é intensa. Um monte de
gente, sob um sol forte, a maioria com uma lista na mão e uma caneta, na busca
daquela figurinha que ira completar seu álbum. E tinha gente das mais variadas
idades. O garotinho Kauê, por exemplo,
estava começando agora e ainda faltavam muitas figurinhas. O são-paulino
Alberto Baracat, andava de um lado pro outro, para completar o álbum do neto
Guilhermo. Flagramos o encontro destas duas gerações, num momento único. Para a
Ione, esposa do Túlio Calegaro, faltavam só 12 figurinhas, ela queria completar
logo, apesar de já ter encomendado as faltantes junto ao fornecedor. O Alcides,
ex-funcionário do Banco do Brasil, após
conseguir algumas figurinhas, prometeu retornar no domingo seguinte para ver se
conseguia terminar de preencher o bonito álbum de lançamento mundial da FIFA.
O Adalberto da “Palu Bebê”, virou um consultor
no assunto. Sua especialidade: preencher os álbuns dos amigos. Todos os domingos
é presença certa no local, e com o objetivo de finalizar mais um álbum (foto).
De outro lado, o palmeirense Marco Antonio
Morais, um tanto quanto agitado e afobado, na busca incessante das figurinhas
faltantes. E uma curiosidade no seu álbum: colou todos os jogadores da seleção
argentina de “cabeça pra baixo”, numa nítida impressão de que não gosta muito
de `los hermanos´ vizinhos em se tratando de futebol.
Já o garotinho Paulinho,
assim que conseguiu a única figurinha que faltava, deu um tremendo de um grito:
“preenchi!” e saiu pulando de alegria, tal como um jogador que marca o gol do
título no ultimo minuto de jogo. Estas foram algumas das muitas histórias, que
vão acontecendo neste período de copa do mundo.
Voltando mais no tempo,
lembro da época que a troca de figurinhas acontecia na Praça Pedro de Toledo,
quase que em frente ao Cine São Miguel, lá pelos idos dos anos 60/70. Era
lá que o pessoal se reunia para completar seu álbum. Normalmente nas tardes de
domingo enquanto aconteciam as matinês no cinema, pontualmente começando às 14 horas. Diferentemente dos dias atuais, além das figurinhas tradicionais de
jogadores, tinha as carimbadas e assinadas, mais difíceis de encontrar. Produzidas
em número menor eram disputadas a peso de ouro. Uma pratica comum era o jogo do
“bafo”, onde cada pessoa colocava uma ou mais figurinha no chão. Depois de
disputar no par ou impar quem começava, um tapa com a mão aberta, era só virar
e ganhar a figurinha.
Paralelamente o pessoal
também levava gibis para serem trocados ou vendidos a preço bem mais em conta
do que na banca de jornais e revistas do “seo” Aurino. Quem não se recorda dos gibis
de bangue-bangue ou faroeste, Fantasma, Tarzan, Super Homem, Tio Patinhas, Homem
Aranha, Brasinha, Bufalo Bil, Capitão América, Mazaropi, Durango Kid, Vigilante
Rodoviário, Zorro, Batman, Rin-Tin-Tin, Mickey, Zé Carioca, Pateta e tantos
outros.