sexta-feira, 20 de junho de 2014

Recordar é Viver: Copa no Brasil e a magia do álbum de figurinhas








Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Com a Copa do Mundo-FIFA acontecendo no Brasil, a magia dos álbuns de figurinhas dos jogadores entre os torcedores continua a todo vapor. No ultimo domingo de manhã, quando fomos comprar o tradicional jornal de esportes, pudemos notar na Banca do Sebo, que a movimentação é intensa. Um monte de gente, sob um sol forte, a maioria com uma lista na mão e uma caneta, na busca daquela figurinha que ira completar seu álbum. E tinha gente das mais variadas idades. O garotinho Kauê, por exemplo,  estava começando agora e ainda faltavam muitas figurinhas. O são-paulino Alberto Baracat, andava de um lado pro outro, para completar o álbum do neto Guilhermo. Flagramos o encontro destas duas gerações, num momento único. Para a Ione, esposa do Túlio Calegaro, faltavam só 12 figurinhas, ela queria completar logo, apesar de já ter encomendado as faltantes junto ao fornecedor. O Alcides, ex-funcionário do Banco do Brasil,  após conseguir algumas figurinhas, prometeu retornar no domingo seguinte para ver se conseguia terminar de preencher o bonito álbum de lançamento mundial da FIFA.
O Adalberto da “Palu Bebê”, virou um consultor no assunto. Sua especialidade: preencher os álbuns dos amigos. Todos os domingos é presença certa no local, e com o objetivo de finalizar mais um álbum (foto).
De outro lado, o palmeirense Marco Antonio Morais, um tanto quanto agitado e afobado, na busca incessante das figurinhas faltantes. E uma curiosidade no seu álbum: colou todos os jogadores da seleção argentina de “cabeça pra baixo”, numa nítida impressão de que não gosta muito de `los hermanos´ vizinhos em se tratando de futebol.
Já o garotinho Paulinho, assim que conseguiu a única figurinha que faltava, deu um tremendo de um grito: “preenchi!” e saiu pulando de alegria, tal como um jogador que marca o gol do título no ultimo minuto de jogo. Estas foram algumas das muitas histórias, que vão acontecendo neste período de copa do mundo.
Voltando mais no tempo, lembro da época que a troca de figurinhas acontecia na Praça Pedro de Toledo, quase que em frente ao Cine São Miguel, lá pelos idos dos anos 60/70. Era lá que o pessoal se reunia para completar seu álbum. Normalmente nas tardes de domingo enquanto aconteciam as matinês no cinema, pontualmente começando às 14 horas. Diferentemente dos dias atuais, além das figurinhas tradicionais de jogadores, tinha as carimbadas e assinadas, mais difíceis de encontrar. Produzidas em número menor eram disputadas a peso de ouro. Uma pratica comum era o jogo do “bafo”, onde cada pessoa colocava uma ou mais figurinha no chão. Depois de disputar no par ou impar quem começava, um tapa com a mão aberta, era só virar e ganhar a figurinha.

Paralelamente o pessoal também levava gibis para serem trocados ou vendidos a preço bem mais em conta do que na banca de jornais e revistas do “seo” Aurino. Quem não se recorda dos gibis de bangue-bangue ou faroeste, Fantasma, Tarzan, Super Homem, Tio Patinhas, Homem Aranha, Brasinha, Bufalo Bil, Capitão América, Mazaropi, Durango Kid, Vigilante Rodoviário, Zorro, Batman, Rin-Tin-Tin, Mickey, Zé Carioca, Pateta e tantos outros.