sexta-feira, 8 de março de 2019

Recordar é Viver: "Ivan Fraga, o versátil atacante do Garça"











Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Nada como um feriado prolongado, para gente encontrar amigos que não estão mais residindo na cidade e retornaram cá na terrinha para rever familiares ou para um merecido descanso.

Nos últimos dias, principalmente devido ao carnaval, a cidade esteve cheia de visitantes, nossos conterrâneos que um dia foram tentar a sorte em outras regiões. Foi numa das andanças pelas ruas que encontramos o ex-jogador Ivan Fraga, um bom atacante, que teve uma rápida, mas boa passagem pelo Garça, na temporada de 1972. 

Atualmente ele está residindo na cidade de Limeira, mas tem no Garça um time que marcou sua carreira. O encontro não poderia ter sido num melhor local: na Praça Pedro de Toledo, onde funcionou o Cine São Miguel. De quebra, pro papo ficar ainda mais agradável, estiveram presentes o Abegar, que jogou com o Ivan naquele ano, o "pescador" Jabu Anízio e o palmeirense Moisés Rodrigues Santana, o mais emblemático árbitro do futebol garcense (foto).

Sentando num banco da praça, ouvimos muitas histórias e causos, dignos de se colocar num livro de memórias. Por exemplo, quando a torcida do MAC aplaudiu o Garça. Foi o jogo de estreia do Ivan do Garça. O MAC havia sido campeão e subiu para a primeira divisão. Na ocasião levou vários jogadores do “Azulão”: Bô, Helinho, Toninho Bodini, Itamar Belasalma e o Pulga. No amistoso disputado à noite no “Abreuzão”, o Garça venceu por 3 a 2 e o Ivan marcou um gol e deu um verdadeiro show de bola. A torcida mariliense pedia em coro no final, que o Garça jogasse no lugar no Marília na nova divisão.

O outro foi recordado pelo Ivan. Era comum a maioria dos jogadores do Garça, chegar um pouco mais cedo no “Platzeck” para assistir um pouco da partida preliminar. Num determinado jogo, o Ivan viu o `juizão´ marcar um gol completamente impedido. Foi quando o time partiu pra cima dele, que saiu correndo e deu duas voltas no gramado, até entrar no túnel dos vestiários, parecia uma flecha. 

Adivinha quem era o árbitro? Justamente o Moisés Rodrigues Santana. Segundo o Ivan foi o “juizão” mais veloz que viu na carreira, depois de ter passado no futebol do Rio Grande do Sul, paranaense, paulista e catarinense.

O Ivan também falou da boleirada que gostava de fugir da concentração para visitar as “primas” lá na Rua Bahia. A republica onde moravam os jogadores era ali perto da praça. O Pagão e o Índio puxavam a fila, para desespero dos dirigentes e do técnico Francisco Valeriano.

Não conseguimos uma foto do Ivan com a camisa do Garça, pois sua passagem foi rápida. Não ficou até o fim daquele campeonato. Veja no outro flagrante com a camisa do Internacional de Lajes, (à direita da foto).

Na curta passagem por Garça, o Ivan conheceu a mulher que mudaria sua vida, Cristina Maranhão, a sua eterna esposa (foto). Para nós garcenses,  ela é a Belinha, a filha do saudoso `piruliteiro´ Belmiro (com seu carrinho de manjar nas escolas), e que por muito tempo foi “baliza” das escolas, abrilhantando os grandes desfiles garcense na década de 60.  

Depois do Garça, o Ivan ainda no jogou no Vasco da Gama, de Americana, onde teve como colega no ataque, o ponta esquerda Davi, que também jogou no Garça. Sua carreira não foi longa. Uma contusão no joelho, pois fim a carreira no futebol profissional.