No futebol profissional de Garça passaram
muitos jogadores. Alguns marcaram época, outros nem tanto. Uns jogaram muita
bola e caíram nos braços da torcida. Um deles foi o José Alexandre Murador,
lateral esquerdo dos bons. - Muitos torcedores sempre me perguntavam onde ele
estaria. Pois bem, não foi fácil. Mas contando com a colaboração dos amigos,
conseguimos achar o Murador, nos Estados Unidos, cidade de Fort Worth, perto de
Dallas, no Estado do Texas.
Murador jogou no Garça no ano de 1.986,
disputando uma grande temporada. Naquela época o “Azulão” vivia um bom momento.
Havia retornado no ano de 1.984, na antiga 3ª Divisão, sob a presidência de
Antonio “Biga” Marangão”, onde terminou como vice-campeão, conseguindo o acesso
para a divisão superior. Em 1.985 outra boa participação no campeonato. Quando
da formação do elenco para a temporada de 1986, os dirigentes Cornélio
Marcondes, Welington Moreira e Washington “Cateto” estiveram na capital paulista atrás de
reforços. Do Morumbi trouxeram um trio de peso: Cicero (quarto zagueiro)
Murador, lateral esquerdo e Edson Ampola, meia atacante.
O jovem “loirinho”
Murador, em grande forma, caiu nas graças do treinador e também da torcida.
Firme na marcação e com um folego impressionante, descia constantemente para o
ataque. Um verdadeiro ala, já naqueles tempos, com tudo para jogar em time
grande. Seu futebol em muito se assemelhava ao também lateral Marinho Chagas
(ex-São Paulo e Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Alemanha de 1974). O
aprendizado aqui valeu para ele em termos profissionais. Recordamos o grande
time do Garça, da temporada de 1.986. Em pé da esquerda para direita: Eli,
Murador, Wilson Prudêncio, Pilão, Deodoro e Curtis; agachados: Ademir Mineiro,
Gelson, Paulo Alves, Airton Rocha e Edson Ampola.
CARREIRA: Nascido em São Bernardo do Campo, Murador iniciou a
carreira no São Paulo, nas equipes de base entre 1.981 a 1.985. Fez teste no
tricolor e aprovado de imediato. No ano de 1982 foi campeão paulista invicto
(foto). Veja na foto, Murador e Silas, com a camisa do São Paulo, em amistoso em Nova Deli, na Índia, no ano de
1.984. Depois com a idade “estourando”, e não sendo aproveitado no time
profissional, no ano de 1.986, veio para o Garça. Em 1987 foi para o Rio
Branco, de Americana. Entre 1.988 a 1.991 esteve no Japão, no time do PJM
Future, integrante da 1ª Divisão de Shizuoka. Até que teve problemas nos
joelhos. Realizou duas cirurgias, aqui no Brasil, que foram mal sucedidas,
segundo Murador, por “barbeiragem médica”. Não reuniu mais condições para
praticar futebol, encerrando a carreira de forma prematura, com apenas 27 anos.
Resolveu, então, estudar e fez o curso de Educação Física, na cidade de São
Paulo.
ESTADOS UNIDOS: No o
ano de 1.998, Murador recebeu convite de um amigo, o professor Thadeu
Gonsalves, ex-preparador físico do São Paulo, que estava nos Estados Unidos,
para ir trabalhar lá dentro do futebol, na cidade de Fort Worth (Texas). Não pensou duas vezes. O projeto deu certo, e
já faz 22 anos que está ensinando futebol para os americanos. Montou o Impact
Futbol Club. Neste ano o IFC está com 8 equipes, participando de competições
locais e regionais. O IFC tem cerca de 150 crianças, entre homens e mulheres,
com idade dos 9 aos 18 anos. Os jogos geralmente são disputados na cidade de
Arlington (Texas). No outro flagrante veja como está o hoje “professor”
Murador, durante premiação aos seus alunos. Vale lembrar que um dos destaques
da garotada, é o filho Clay Alexandre Murador, que está seguindo os passos do
pai (foto). Como bem diz o velho ditado “filho de peixe, peixinho é”. O Clay
está se destacando nos treinamentos/jogos, e tem um futuro bastante promissor. Segundo
Murador, “ele tem demonstrado bastante dedicação, o futebol está no DNA. Deve
ter uma carreira brilhante pela frente, até melhor que a do pai”.
Nas horas de lazer, o Murador virou um grande
pescador. Adora pescar no mar. O peixe predileto é o Red Snapper, ou a “Cioba”,
da coloração avermelhada. Diferentemente dos tempos do Garça, quando ia pescar
na região, e segundo o Pilão, ex-colega do Garça, o Murador não manjava de
nada. Na maioria das vezes, “só dava banho na minhoca”.