Por Wanderley `Marcos´ Cassolla
A coluna recorda a brilhante
trajetória do Garça FC, no Campeonato Paulista da 3ª divisão na
temporada de 1.984. Para contarmos esta história recorremos ao Livro
“Trajetória do Futebol do Garça”, de 1.950 à 2.004, de autoria do corintiano
Luiz Maurício Teck de Barros.
De acordo com o professor
Teck: “Depois de cinco anos, o Garça Futebol Clube retornava as competições
profissionais da Federação Paulista de Futebol e fazendo bonito. Quase ficou
com o título, que deixou passar para o Capivariano, a mesma equipe que pela
primeira vez, disputara a primeira divisão em 2.015. A decisão foi na cidade de
Jaú, no Estádio “Zezinho Magalhães”, e o Garça foi derrotado na cobrança de pênaltis, terminando com
vice-campeão.
O Garça tinha como
presidente Antonio “Biga” Marangão, Jair Montemor, como um dos dirigentes e o professor Barbosa na preparação física. No início foi formada
uma seleção amadora e dela, escolhidos alguns jogadores para compor o elenco do
Garça. O ex-centroavante Itamar Belasalma (do início dos anos 70), participou
da escolha”.
Ainda de acordo com o
professor Teck: “Entre os jogadores uma grande linha defensiva, formada pelo
goleiro Carlos Alberto, o “Mamela, Marquinhos, Pilão, Arengui (que havia atuado
com sucesso na Portuguesa de Desportos e pelo grande time do Londrina, nos anos
70) e Dinho Parreira”.
Mas para o Garça participar,
toda a cidade, autoridades e torcedores, abraçaram a causa, principalmente na
reforma do campo. Porém, há que se destacar o empenho do esportista
(palmeirense) e empresário Antonio “Biga” Marangão. Do trabalho burocrático do
jovem Cornélio Marcondes de Moura, que residia em São Paulo, e se dedicou com
muito carinho e vontade. Sem falar na imprescindível e decisiva ajuda do então
prefeito Júlio Marcondes de Moura, para colocar o futebol profissional em
atividade naquele ano. Foram dias de muita expectativa. O Garça disputaria o
campeonato? Até que finalmente chegou o aval da FPF, muito comemorado na
cidade: “Certificamos, para os devidos fins, que o Garça Futebol Clube está
regularizado a esta Federação. É o que cumpre certificar”. Quanto ao campeonato
foi um dos mais difíceis e teve a participação de 42 times.
Antes, porém, no dia 15 de
março de 1.984, o Garça realizou um amistoso noturno, no “Platzeck”, contra o
Taquaritinga e ganhou por 1 a 0, gol de Araújo, os 8 minutos do segundo tempo.
Como atrativo, o Garça jogou “reforçado” pelos jogadores Ademir da Guia e César
“Maluco”, do Palmeiras, e Ivair, da
Portuguesa de Desportos.
Neste jogo, o Garça contou
com os seguintes “pratas” da casa: Pedroso, Zetinho, Tonho, Osmar, Júlio, Dinho
Parreira, Jair, Sílvio, Linguiça e Luizinho; Walter e Gaúcho, do São Bernardo;
Pilão, de Paraguaçu Paulista; Arengui, da Portuguesa de Desportos; José Américo
e João Luiz do Taquaritinga e Botinha, do Tupã. Veja durante treinamento, o
“xerifão” Pilão, recebendo orientações do preparador físico Celso Rezende.
O Garça integrou grupo “Hilderaldo Luís Bellini”, juntamente com o Oeste (Itápolis), Rio Branco
(Ibitinga), Piraju, Ranchariense, Santacruzense e Cafelandense. A estreia foi
no dia 25 de março, em Piraju, empatando em 0 a 0. Depois (01/04), recebeu a
visita da Ranchariense e empatou 1 a 1. O primeiro gol garcense foi do Canhoto.
E a primeira vitória foi em casa, no dia 22/04: Garça 2 x 0 Oeste (Itápolis),
gols de Airton Rocha e Gaúcho.
Veja uma das formações do Garça na série A-III.
Em pé da esquerda para direita: Galo Marangão (dirigente), Biga Marangão
(presidente), Arengui, Mamela, Pilão, Dinho Parreira, Marquinhos, Airton Rocha
e Jair Montemor (dirigente); agachados: Reginaldo “Linguiça”, João Luiz,
Betinho Calegari, Toquinho, Canhoto e José Luiz (massagista). O Garça se classificou nesta fase em terceiro lugar com 34 pontos ganhos. Com a competição
em andamento, o técnico Itamar Belasalma cai e é substituído pelo “prata da
casa, o Bô.
Na fase seguinte fica em primeiro e garante a disputa do título. A
grande final do campeonato: Garça x Capivariano, em Jaú. No tempo normal empate
em 1 a 1. O Garça jogou com Mamela;
Marquinhos, Pilão, Arengui e Dinho Parreira; Airton Rocha, João Luiz (Tiana) e
Betinho; Reginaldo, Gaúcho (Toquinho) e Albino. Técnico: Bô – Gol: Gaúcho. Na
disputa de penalidades máximas o Capivariano venceu por 4 a 1. Veja os
dirigentes do Garça com o troféu de vice-campeão: Washington “Cateto”, Biga
Marangão, dirigente da FPF e Cornélio Marcondes de Moura. Um retorno em alto
estilo e acesso garantido na Divisão A-II no ano de 1.985.