sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Recordar é Viver: "Garça FC e o vice-campeonato de 1984"









Por Wanderley `Marcos´ Cassolla


A coluna recorda a brilhante trajetória do Garça FC, no Campeonato Paulista da 3ª divisão na temporada de 1.984. Para contarmos esta história recorremos ao Livro “Trajetória do Futebol do Garça”, de 1.950 à 2.004, de autoria do corintiano Luiz Maurício Teck de Barros.

De acordo com o professor Teck: “Depois de cinco anos, o Garça Futebol Clube retornava as competições profissionais da Federação Paulista de Futebol e fazendo bonito. Quase ficou com o título, que deixou passar para o Capivariano, a mesma equipe que pela primeira vez, disputara a primeira divisão em 2.015. A decisão foi na cidade de Jaú, no Estádio “Zezinho Magalhães”, e o Garça foi derrotado na  cobrança de pênaltis, terminando com vice-campeão.

O Garça tinha como presidente Antonio “Biga” Marangão, Jair Montemor, como um dos dirigentes e o professor Barbosa na preparação física. No início foi formada uma seleção amadora e dela, escolhidos alguns jogadores para compor o elenco do Garça. O ex-centroavante Itamar Belasalma (do início dos anos 70), participou da escolha”.

Ainda de acordo com o professor Teck: “Entre os jogadores uma grande linha defensiva, formada pelo goleiro Carlos Alberto, o “Mamela, Marquinhos, Pilão, Arengui (que havia atuado com sucesso na Portuguesa de Desportos e pelo grande time do Londrina, nos anos 70) e Dinho Parreira”.

Mas para o Garça participar, toda a cidade, autoridades e torcedores, abraçaram a causa, principalmente na reforma do campo. Porém, há que se destacar o empenho do esportista (palmeirense) e empresário Antonio “Biga” Marangão. Do trabalho burocrático do jovem Cornélio Marcondes de Moura, que residia em São Paulo, e se dedicou com muito carinho e vontade. Sem falar na imprescindível e decisiva ajuda do então prefeito Júlio Marcondes de Moura, para colocar o futebol profissional em atividade naquele ano. Foram dias de muita expectativa. O Garça disputaria o campeonato? Até que finalmente chegou o aval da FPF, muito comemorado na cidade: “Certificamos, para os devidos fins, que o Garça Futebol Clube está regularizado a esta Federação. É o que cumpre certificar”. Quanto ao campeonato foi um dos mais difíceis e teve a participação de 42 times.

Antes, porém, no dia 15 de março de 1.984, o Garça realizou um amistoso noturno, no “Platzeck”, contra o Taquaritinga e ganhou por 1 a 0, gol de Araújo, os 8 minutos do segundo tempo. Como atrativo, o Garça jogou “reforçado” pelos jogadores Ademir da Guia e César “Maluco”, do Palmeiras, e Ivair, da Portuguesa de Desportos.

Neste jogo, o Garça contou com os seguintes “pratas” da casa: Pedroso, Zetinho, Tonho, Osmar, Júlio, Dinho Parreira, Jair, Sílvio, Linguiça e Luizinho; Walter e Gaúcho, do São Bernardo; Pilão, de Paraguaçu Paulista; Arengui, da Portuguesa de Desportos; José Américo e João Luiz do Taquaritinga e Botinha, do Tupã. Veja durante treinamento, o “xerifão” Pilão, recebendo orientações do preparador físico Celso Rezende.

O Garça integrou  grupo “Hilderaldo Luís Bellini”,  juntamente com o Oeste (Itápolis), Rio Branco (Ibitinga), Piraju, Ranchariense, Santacruzense e Cafelandense. A estreia foi no dia 25 de março, em Piraju, empatando em 0 a 0. Depois (01/04), recebeu a visita da Ranchariense e empatou 1 a 1. O primeiro gol garcense foi do Canhoto. E a primeira vitória foi em casa, no dia 22/04: Garça 2 x 0 Oeste (Itápolis), gols de Airton Rocha e Gaúcho. 

Veja uma das formações do Garça na série A-III. Em pé da esquerda para direita: Galo Marangão (dirigente), Biga Marangão (presidente), Arengui, Mamela, Pilão, Dinho Parreira, Marquinhos, Airton Rocha e Jair Montemor (dirigente); agachados: Reginaldo “Linguiça”, João Luiz, Betinho Calegari, Toquinho, Canhoto e José Luiz (massagista). O Garça se classificou nesta fase em terceiro lugar com 34 pontos ganhos. Com a competição em andamento, o técnico Itamar Belasalma cai e é substituído pelo “prata da casa, o Bô. 

Na fase seguinte fica em primeiro e garante a disputa do título. A grande final do campeonato: Garça x Capivariano, em Jaú. No tempo normal empate em 1 a 1. O  Garça jogou com Mamela; Marquinhos, Pilão, Arengui e Dinho Parreira; Airton Rocha, João Luiz (Tiana) e Betinho; Reginaldo, Gaúcho (Toquinho) e Albino. Técnico: Bô – Gol: Gaúcho. Na disputa de penalidades máximas o Capivariano venceu por 4 a 1. Veja os dirigentes do Garça com o troféu de vice-campeão: Washington “Cateto”, Biga Marangão, dirigente da FPF e Cornélio Marcondes de Moura. Um retorno em alto estilo e acesso garantido na Divisão A-II no ano de 1.985.