sexta-feira, 8 de julho de 2022

Recordar é Viver: "Chico Ramalho, um meia-direita habilidoso"

 


Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Hoje a coluna homenageia um dos grandes jogadores do futebol garcense: Francisco Carlos Ramalho, o “Chiquinho Ramalho”, que desfilou sua classe nos gramados nas décadas de 70/80 e “batia um bolão”. 

Um meia direita habilidoso, jaqueta 8, de bons predicados técnicos. Sabia armar as jogadas para os companheiros finalizar. E de vez em quando marcava bonitos gols. Principalmente nos grandes jogos, clássicos e decisões. Por isto só defendeu equipes de ponta, senão vejamos: Internacional, Induscômio, Barol, Frigus, SASP, Ipiranga, todos no amador. No âmbito regional jogou no Serenata e foi bi-campeão nas temporadas de 1972/73, numa difícil competição promovida pela Liga de Futebol de Marilia. Ainda teve uma passagem pelo Garça FC. Até que poderia avançar mais na carreira. Quis o destino que não era para se tornar um jogador profissional. Só que futebol ele tinha, e de sobra. Antes de encerrar a carreira ainda jogou no Kosminho e na Fitotécnica, na modalidade de futebol suíço. Como lazer ainda brincou com os amigos no GRUP/Grêmio Recreativo União Planalto, lá no Jardim Adrianita. As pancadas recebidas nos jogos (não era de pipocar não) acabaram por abalar os joelhos, o que impediu de continuar atuando por mais tempo.

Eu tive a felicidade de jogar ao lado do Chiquinho Ramalho, no glorioso Clube Atlético Ipiranga. Uma boa quantidade dos gols que marquei, foram dos passes precisos e certeiros dele. Creio que foi no Ipiranga que ele se destacou ainda mais, quando foi campeão nos anos de 1976 e 1979, neste último, de forma invicta. Num grande meio de campo, formado pelo volante Berto Nico, Chiquinho na meia direita e Toninho Marques na meia esquerda. O que este trio jogava era brincadeira. No flagrante, Chiquinho Ramalho com a camisa do Frigus (a esq) e com a do Ipiranga.  



Depois de parar com a bola, e como um fiel esportista, o Chiquinho optou pelo ciclismo (foto), fazendo longos percursos pelo entornos de nossa cidade.

Um profundo conhecedor do futebol, é um bom papo para uma resenha. Dá gosto “discutir” futebol com ele.

Só que recentemente o Chiquinho teve um problema de saúde, e atualmente está entregue ao DM. Mas com seu espirito guerreiro, vem lutando bravamente, estando em franca recuperação. Dentro em breve estará “novinho em folha”. Já estamos até programando um jogo comemorativo com os eternos craques do Ipiranga. Com o Chiquinho novamente envergando a jaqueta 8, e dando uns passes de colher, para este articulista marcar mais uns gols.



UM GOL HISTÓRICO:
Bem poucos sabem, mas o Chico Ramalho, há 44 anos, marcou aquele que seria o primeiro gol noturno em Garça, sob luzes artificiais. Foi no dia 18 de agosto de 1.978, quando da inauguração dos refletores do Estádio Municipal “Frederico Platzeck”. Numa noite de sexta-feira, dois jogos festivos foram programados: Frigus x Seleção Amadora de Garça e no principal São Paulo FC x Combinado Garcense.

Pontualmente às 19 horas, Frigus x Seleção Amadora pisavam no tapete verde do “Platzeck”, em noite de casa cheia. O Frigus, então campeão amador, comandado pelo técnico Juvenal “Barbeiro”, a Seleção Amadora dirigida por João Truzzi. Segundo o Jornal Comarca de Garça, o primeiro gol noturno assim aconteceu: “A Seleção Amadora partiu para o ataque, o meia esquerda Toninho Marques driblou dois contrários e tocou para Chico Ramalho, que livre na entrada da grande área, dominou a bola e desferiu um portentoso chute no ângulo do gol dos fundos do “Platzeck”, sem chances de defesa para o goleiro Pedro Soares, do Frigus, que nem viu onde a bola entrou”.  O placar final apontou Seleção Amadora 2 x 1 Frigus.

Só esclarecendo, que no principal jogo da noite, entre São Paulo FC x Combinado Garcense, coube ao atacante Milton, do São Paulo, exatamente às 21h05, marcar o primeiro gol “oficial”, justamente em cima do goleiro Waldir Peres.