Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Hoje a coluna
homenageia o polivalente Mauro Lacerda. Radialista, jogador, árbitro,
representante de jogos, santista, cantor sertanejo, apresentador de eventos,
etc, etc. Enfim uma unanimidade, principalmente nos meios esportivos. Garcense
da “gema e do ovo”, que veio da roça, nasceu na Fazenda Maristela, veio para a
cidade e nunca mais saiu. Apaixonado pelos microfones e pelo futebol. Tem três
ídolos que dispensam comentários: na bola Pelé, nos microfones outras duas
feras: Fiori Giglioti (narrando jogos) e Nilson Bastos Bento, o mestre no
geral.
Este é o jeitão simples do Mauro Lacerda, que desde a
infância sonhava em ser mais um radialista, do que um jogador de futebol. Com
certeza ele é atualmente a voz mais marcante do rádio garcense. E não é de hoje
não, faz mais de trinta anos. Bastante animado e empolgado, batemos um longo
papo. Até porque, a partir da semana que vem, ele entra numa nova fase da sua
vida: microfones da web.
O SONHO NO RÁDIO:
Tudo começou
na zona rural, nas Fazendas Santa Avelina e Maristela, O relato é do
são-paulino Batista: “Na época eu comandava o time da Santa Avelina e a gente
jogava amistosos no campo da fazenda. Ao
lado do campo, tinha um pé de figueira grande e lá sempre aparecia um
garotinho, que na sombra ficava sozinho transmitindo o nosso jogo. Sem
microfones, sem nada, era garganta pura. Até que passou uns dois ou três jogos, eu
aproximei dele, e perguntei: “Ei garoto, você narra bem, hein? O Maurinho,
respondeu: “Moço, meu maior sonho é ser radialista, narrar jogos”. O Batista,
retrucou: “Você tem futuro, está parecendo o Fiori Giglioti, da Rádio
Bandeirantes”. A previsão do Batista se confirmou.
Quando completou 15 anos, o Mauro mudou para a cidade.
Como gostava muito de ouvir rádio, adorava ir aos programas musicais da Rádio
Clube de Garça, como a “Hora do Guri”, em que as crianças cantavam. `Nas tardes
de domingo, adorava ver as duplas sertanejas nos programas de auditório.
A primeira vez que falou nos microfones de uma
rádio foi em 1970, quando a Rádio Clube de Garça fez a transmissão de um evento
escolar e ele foi orador da escola no Grupo Escolar de Vila Rebelo, atual Nely Carbonieri de Andrade. Nessa época morava com uma tia, onde estudava no quarto
ano escolar.
Até que no ano de 1990 realizou o grande sonho na Rádio Universitária de Garça. "Tudo começou como que por acaso. Estava trabalhando como ajudante de pedreiro para a adaptação do prédio onde foi instalada a Rádio Universitária AM de Garça, na Av. Labieno da Costa Machado. Na época eu tinha uma dupla chamada “Lacerda e Oliveira Santos”. Aliás o José de Oliveira Santos, era o pedreiro do qual era ajudante. Ansioso pedi uma oportunidade ao José Abrão, um dos sócios proprietários, para nós cantarmos, que atendeu de pronto. A dupla começou a cantar aos domingos das 7 horas às 8 horas da manhã", relembrou.
A partir daí,
as portas foram se abrindo, ou melhor, os microfones para apresentar outros
programas. Não parou mais e ficou até o mês de maio de 2.021, quando a emissora
encerrou as atividades.
Apresentou programa musicais, esportivos, como o
tradicional “Bate Bola”, na sequência o jornalismo e também o policial. Enfim,
trabalhou em todos os setores que uma rádio exige, inclusive a parte de
técnica.
Fez parte de uma memorável equipe de esportes, transmitindo os jogos do Garça. Quem não se lembra da narração de Mauro Lacerda, comentários de José Panho e reportagens de campo de Niel Amorim, tudo sob a supervisão de José Abrão. Ali na Rádio Universitária “batia escanteio e corria na área para cabecear”. Das inúmeras pessoas e personalidades que entrevistou, algumas foram marcantes: o ex-governador Mário Covas, quando da inauguração do Bairro Takeo Toyota e ex-ministro da saúde, Alexandre Padilha, quando da inauguração da UPA de Garça. No esporte foi com Dudu e Edu Bala do Palmeiras, quando transmitiu Garça x Palmeiras B, no antigo Parque Antártica.
Com o fechamento da emissora, foi sócio sócio proprietário da Rádio Universitária WEB, entre maio de 2.021 até junho de 2.022
NO FUTEBOL: O Mauro começou jogando na ponta esquerda, no aspirante da Fazenda Santa Avelina com 16 anos. Depois veio a Garça e defendeu o juvenil do Flamengo de Vila Rebelo. Ainda jogou no América do Zé Pedro, União de Vila Rebelo, ao lado de Dinho Parreira, Tuca, Dinho Scartezini, entre outros grandes jogadores da época, fazendo amistosos na zona rural e região. Também passou pelo futebol suíço, atuando em várias posições, de lateral esquerdo, volante e até de zagueiro. Encerrou no master com a equipe do SEC, onde conquistou vários títulos. Ainda trabalhou durante dois anos apitando jogos do futebol suíço. Tudo começou quando bandeirou o jogo Cavalcante e Flamengo, que valia o primeiro lugar da fase de classificação pelo campeonato amador. O bandeira escalado faltou, e ele era o representante da Secretaria de Esportes. Não restou alternativa senão fazer as duas funções conjuntamente. Como curiosidade, as duas equipes decidiram o título daquele ano no Platzeck, e ele transmitiu o jogo na Rádio Universitária. Atualmente continua como representante/mesário da SEJEL nos campeonatos suíço e o master. Na foto acima, Ricardo, juizão Mauro Lacerda e Val em ação no futebol suíço.
Antes de terminar a resenha, em ano de Copa do Mundo de Futebol, a tradicional pergunta: Que seleção será campeã no Catar? “É claro que como bom brasileiro, eu acredito que o Brasil vai decidir o título contra a Argentina e conquistar o hexa”.
Com muita saudade, o Mauro torce como ninguém pela
volta do Garça FC. Quem sabe até poder voltar a transmitir os jogos pela Rádio
sistema WEB, num estilo diferente. E todo entusiasmado, faz planos para
continuar falando nos microfones, levando aos ouvintes a informação pura e fiel
de tudo o que acontecerá no esporte de Garça e região. Também ao lado do
companheiro e são-paulino Kico Borge, apresentará o programa “Alternativa
Notícias”. Até porque pendurar as chuteiras, ou melhor “desligar os
microfones”, ainda não está nos seus planos.