Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Na semana passada comentamos sobre a final do Campeonato Amador, conquistado pelo Flamengo, cuja partida decisiva diante do
Cruzeiro (Júlio Mesquita) não chegou ao
final. Teve pouco mais de 55 minutos, e depois de uma confusão geral entre os
jogadores o juiz encerrou o jogo e o Flamengo, foi declarado campeão. Recebemos
vários emails do tipo “é só em Garça que isto acontece”. Respondemos que isto
não é bem assim.
Pois bem na última
quarta-feira o fato se repetiu e no profissional. O São Paulo precisou só de 45
minutos para vencer o argentino Tigre por 2 a 0 e ganhar a Copa Sul-Americana.
Isto quer dizer, que tanto lá como cá, o futebol é sempre um assunto polêmico e
mexe com a paixão dos torcedores.
Agora a bola da vez na
semana foi o Corinthians que derrotou o time egípcio do Al-Ahly e agora terá pela frente o
poderoso time inglês do Chelsea, na final do Mundial de Clubes da FIFA. Haja
coração torcida corintiana!!!
Falando do Timão, a
coluna faz homenagem a um dos mais antigos e
apaixonado torcedor corintiano: o sr. Felício Martini, que próximo de
completar 85 anos, continua esbanjando saúde
e disposição, e vibrando como ninguém com o time mosqueteiro. Na foto posando com a bandeira corintiana (à
direita), ao lado do ex-lateral Abegar, acreditando na conquista do bi-mundial.
Um dos segredos desta vitalidade é o trabalho, iniciado assim que terminou a 2ª
Guerra Mundial (1945). Desde então nunca parou mais, atualmente trabalha
“firme” na empresa Tratorgarça, do
Herédia. Outro trunfo foi sua família, a
esposa Gioconda, e os filhos, Tânia Mara, Telma, dr. Tito, e as gêmeas Talita e
Terezinha.
A paixão pelo Corinthians começou
há muito tempo atrás, desde os tempos dos grandes esquadrões de outrora, onde o
destaque principal era Roberto Rivelino. O sr. Martini, por exemplo, viu a
estreia do “Reizinho do Parque” na cidade de Bauru, diante do Noroeste.
Sempre acompanhou o Timão,
ouvindo as transmissões pelo rádio e na TV, lembra com detalhes da conquista do Troféu do
4º centenário em 1954 e do título paulista de 1977, após jejum de 24 anos.
Como grande esportista, o sr. Martini sente saudade do futebol profissional na cidade. Tem na ponta da
língua o nome dos atletas que defenderam o Garça nos anos 50: Máximo, Martin
Carvalho, Doleite, Luizinho, Agamenon, Altamiro Gomes, Basílio, Ceci, Ferrari,
Paraguaio, Carlito e Liquinho, entre outros. E também do “Azulão” dos anos 70.
Em pé da esquerda para direita: Plínio
Dias, Ari Lima, Tuta, Lula, Bô e Abegar;
Agachados: Davi, Cláudio Belon, Osmar
Silvestre, Itamar e Helinho.
Dentre as grandes recordações, um jogo foi
inesquecível. No ano de 1970, o Garça enfrentou o Corintinha de Presidente
Prudente, no estádio “Alfredo de Carvalho”. O empate garantia o Garça na
próxima fase. Aos 41 do segundo tempo, o avante Cabrita fez o gol do
Corintinha. Aos 45, o Garça desceu para o ataque, e o lateral esquerdo Abegar,
foi até a linha de fundo, e chutou direto para o gol, a bola entrou no ângulo.
A vibração foi demais. Só que a seu
lado, o amigo e fanático torcedor Joaquinzinho, não suportou de tanta emoção, teve
um enfarte e faleceu. Jamais esquecerei este lance, afirma. Ainda de acordo com
o sr. Martini, o Abegar atravessava grande forma, pois no ano anterior havia
sido campeão do interior paranaense jogando pelo Nacional de Rolândia.
Fonte: Jornal Comarca de Garça