sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Recordar é Viver: Felício Martini, um grande corinthiano




Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Na semana passada comentamos sobre a final do Campeonato Amador, conquistado pelo Flamengo, cuja partida decisiva diante do Cruzeiro (Júlio Mesquita)  não chegou ao final. Teve pouco mais de 55 minutos, e depois de uma confusão geral entre os jogadores o juiz encerrou o jogo e o Flamengo, foi declarado campeão. Recebemos vários emails do tipo “é só em Garça que isto acontece”. Respondemos que isto não é bem assim.
Pois bem na última quarta-feira o fato se repetiu e no profissional. O São Paulo precisou só de 45 minutos para vencer o argentino Tigre por 2 a 0 e ganhar a Copa Sul-Americana. Isto quer dizer, que tanto lá como cá, o futebol é sempre um assunto polêmico e mexe com a paixão dos torcedores.
Agora a bola da vez na semana foi o Corinthians que derrotou o time  egípcio do Al-Ahly e agora terá pela frente o poderoso time inglês do Chelsea, na final do Mundial de Clubes da FIFA. Haja coração torcida corintiana!!!
Falando do Timão, a coluna faz homenagem a um dos mais antigos e  apaixonado torcedor corintiano: o sr. Felício Martini, que próximo de completar 85 anos, continua esbanjando saúde e disposição, e vibrando como ninguém com  o time mosqueteiro.  Na foto posando com a bandeira corintiana (à direita), ao lado do ex-lateral Abegar, acreditando na conquista do bi-mundial. Um dos segredos desta vitalidade é o trabalho, iniciado assim que terminou a 2ª Guerra Mundial (1945). Desde então nunca parou mais, atualmente trabalha “firme” na empresa  Tratorgarça, do Herédia. Outro trunfo foi sua família, a esposa Gioconda, e os filhos, Tânia Mara, Telma, dr. Tito, e as gêmeas Talita e Terezinha. 
A paixão pelo Corinthians começou há muito tempo atrás, desde os tempos dos grandes esquadrões de outrora, onde o destaque principal era Roberto Rivelino. O sr. Martini, por exemplo, viu a estreia do “Reizinho do Parque” na cidade de Bauru, diante do Noroeste.
Sempre acompanhou o Timão, ouvindo as transmissões pelo rádio e na TV,  lembra com detalhes da conquista do Troféu do 4º centenário em 1954 e do título paulista de 1977, após jejum de 24 anos.
Como grande esportista, o sr. Martini sente saudade do futebol profissional na cidade. Tem na ponta da língua o nome dos atletas que defenderam o Garça nos anos 50: Máximo, Martin Carvalho, Doleite, Luizinho, Agamenon, Altamiro Gomes, Basílio, Ceci, Ferrari, Paraguaio, Carlito e Liquinho, entre outros. E também do “Azulão” dos anos 70. Em pé da esquerda para direita:  Plínio Dias, Ari Lima, Tuta,  Lula, Bô e Abegar; Agachados:  Davi, Cláudio Belon, Osmar Silvestre, Itamar e Helinho.
Dentre as grandes recordações, um jogo foi inesquecível. No ano de 1970, o Garça enfrentou o Corintinha de Presidente Prudente, no estádio “Alfredo de Carvalho”. O empate garantia o Garça na próxima fase. Aos 41 do segundo tempo, o avante Cabrita fez o gol do Corintinha. Aos 45, o Garça desceu para o ataque, e o lateral esquerdo Abegar, foi até a linha de fundo, e chutou direto para o gol, a bola entrou no ângulo. A vibração foi  demais. Só que a seu lado, o amigo e fanático torcedor Joaquinzinho, não suportou de tanta emoção, teve um enfarte e faleceu. Jamais esquecerei este lance, afirma. Ainda de acordo com o sr. Martini, o Abegar atravessava grande forma, pois no ano anterior havia sido campeão do interior paranaense jogando pelo Nacional de Rolândia.

Fonte: Jornal Comarca de Garça