Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Domingo sem futebol não tem
graça. Seja na telinha ou mesmo na beira de um campo. O gostoso é ver a bola
rolando não importa o local.
No último domingo (2) fomos assistir a decisão do campeonato amador entre o
Flamengo x Cruzeiro, de Júlio Mesquita, no Estádio Municipal “Otojiro Toyota”. Para nós o jogo tinha um “sabor especial”, uma
vez que o troféu de campeão era em homenagem ao nosso amigo de longa data,
o Rogério Amadeu Atílio, ex-atacante do
Garça FC, das décadas de 60/70.
Quem não se lembra do
Rogerinho, que tantas glórias deu ao Garça. Chegou em Garça depois de se consagrar no
Corintinha de Presidente Prudente. Marcou
época, pois era o tipo do atacante que a torcida gostava de ver jogar, com ele não tinha bola perdida. Depois
que encerrou a carreira no futebol profissional jogou ainda no varzeano pelo Frigus. Chegou até mesmo a apitar alguns jogos na
várzea. Depois se mudou para a vizinha Bauru,
mas a saudade bateu e está retornando a nossa cidade. Para os torcedores mais antigos, recordamos o
glorioso “Azulão” da temporada de 1969. Em
pé da esquerda para direita: Rogerinho, Ari Lima, Fernando, Luizão, Belmiro e
Dadi; agachados: Robertinho, Grilo, Du, Osmar, Coró e Zé Massagista.
Voltando a final do amador, o jogo
já havia começado quando o Rogerinho chegou ao Toyotão, acompanhado de seus familiares. Discretamente dirigiu até a mesa do representante, onde estávamos
juntamente com o Enéas Filho e o Marcão Morais, e foi logo perguntando: cadê os
troféus? De pronto, respondi que os troféus chegariam antes da final do
jogo, pois no caso de alguma confusão, poderia sobrar até para os troféus. Eis que o Rogerinho retrucou: "O troféu tem que ficar na mesa do
representante, para dar uma motivação maior aos jogadores. E hoje tudo vai
terminar bem vai terminar bem. Inclusive trouxe minha mulher (que nunca assistiu
um jogo na beira do campo), para
prestigiar a entrega do troféu com o meu nome".
Infelizmente após uma falta comum, uma grande confusão fez
com que o árbitro encerrasse o jogo e o troféu não pôde ser entregue. Só restou
ao Rogerinho (a esq), um tanto chateado (e com razão) se dirigir até o carro do
Enéas e apreciar o troféu como o seu nome (foto). Quem na segunda à noite o
Rogerinho compareça no auditório da Educação (antigo Mercadão) para entregar o
belíssimo troféu ao Flamengo, que foi
campeão sem precisar jogar os 90 minutos. Foi a primeira vez que isto aconteceu
na historia do amadorismo garcense.
O tumulto generalizado envolvendo praticamente
todos os jogadores decretou o final da partida no início do segundo tempo. A Comissão
Julgadora, baseada nos relatórios do árbitro e
representante da partida determinou a perda de pontos do Cruzeiro/J. Mesquita,
considerado como o causador da confusão. Com isto o Flamengo se tornou oficialmente,
campeão municipal de 2012, alcançando o 12º título da história, repetindo as
conquistas de 1985/86/87/88/90/91/92/97/06/10/11. Indubitavelmente é o maior vencedor do amadorismo garcense. Só que o título que era para ser conhecido no
“Toyotão”, com a tradicional volta olímpica dos jogadores, acabou mesmo sendo
decidido no “Tapetão”.
Fonte: Jornal Comarca de Garça