quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Recordar é Viver: "Liminha, o motor da Gávea!"






Por Wanderley `Tico´ Cassolla


“Pô, Tico, a sua coluna ultimamente está parecendo de necrologia, só sai nota de falecimento”. Esta era a pergunta que ouvíamos na tarde do ultimo sábado no Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”, por ocasião da final inacabada do suíço master entre Salec x SEC. Mas não é bem por aí. O nosso objetivo principal é recordar os grandes times, jogadores e esportistas em geral que marcaram época no passado. A grande maioria está entre nós, outros infelizmente já partiram. Fazer o quê? É o destino de todos.
Na semana passada, o corintiano Antonio Augusto “Tonhô” comentou  na  prestigiada “Coluna 2”, do falecimento do Liminha, ex-atleta profissional, ídolo do Flamengo carioca, no primeiro dia de novembro, aos 69 anos de idade. E novamente me indagaram: quem foi ele, jogou aqui em Garça?
Pois bem, João Crevelim, o “Liminha” não jogou no Garça. Conseguiu fama  no Rio de Janeiro, defendendo o Flamengo, entre os anos de 1968 à 1975. Atuava de volante, e ficou conhecido como o “motor da gávea”, um carregador de piano, pois tinha um fôlego incomum, atuando na como “cabeça de área”. Disputou 513 partidas, venceu 250 vezes, empatou em 145 ocasiões, e perdeu outras 118 derrotas, além disso, Liminha marcou 29 gols, o primeiro deles já na sua segunda partida vestindo o Manto Sagrado, quando o Flamengo perdeu para o Guarani por 5 a 2.
Na época que estava no auge da carreira, o garotinho Zico (maior ídolo flamenguista) foi lançado no Flamengo. Liminha foi um dos seus maiores incentivadores. Tanto é verdade que no livro “Zico conta a sua história”, o Galinho de Quintino faz  fez questão de ressaltar que “ O Liminha me ajudou no início de carreira, junto com Fred e Arílson. Peguei muita carona com ele para ir treinar na Gávea e, quando comecei a jogar, ele falava para eu não voltar tanto que ele ia roubar a bola do adversário e me dar. Era para eu ficar sempre esperando e não me desgastar tanto marcando. Fomos campeões juntos em 74 com Jayme, Wanderley, Cantarele, Rondineli, Junior etc. A safra inicial das grandes conquistas do clube. Não só corria, mas jogava e incentivava todos a entender o que era vestir a camisa do Flamengo”.
Depois de encerrar a carreira residiu em Garça e era concunhado do Rogerinho, ex-atacante do Garça, dos anos70. Quando tinha um folga, geralmente no final do ano, vinha passear em nossa cidade e rever amigos. E fazia questão de jogar na  seleção dos profissionais, que o técnico Juvenal Hilário do Nascimento montava. Liminha fez grande amizade com o pessoal do Salão Carter e disputou vários amistosos no time de futebol suíço comandado pelos irmãos Uzai.
Veja só que timaço foi a seleção de férias, montada pelo carismático Juvenal Barbeiro, no ano de 1972. Em pé da esquerda para direita: Pedroso, Waldir Perez, Jurandir (zagueiro do São Paulo), Fernando, Pelezinho, Cidão e Lima; Agachados: Rogérinho, Helinho, Liminha, Grilo e Titico.
Atualmente trabalhava nas divisões de base do Flamengo. No outro flagrante, uma das ultimas fotos do Liminha e na época envergando a gloriosa camisa do rubro negro carioca. 

Fonte: Jornal Comarca de Garça