Por Wanderley `Tico´ Cassolla
“Pô, Tico, a sua coluna
ultimamente está parecendo de necrologia, só sai nota de falecimento”. Esta era
a pergunta que ouvíamos na tarde do ultimo sábado no Conjunto Poliesportivo
“Manoel Gouveia Chagas”, por ocasião da final inacabada do suíço master entre
Salec x SEC. Mas não é bem por aí. O
nosso objetivo principal é recordar os grandes times, jogadores e esportistas
em geral que marcaram época no passado. A grande maioria está entre nós, outros
infelizmente já partiram. Fazer o quê? É o destino de todos.
Na semana passada, o corintiano
Antonio Augusto “Tonhô” comentou na prestigiada “Coluna 2”, do falecimento do Liminha,
ex-atleta profissional, ídolo do Flamengo carioca, no primeiro dia de novembro,
aos 69 anos de idade. E novamente me indagaram: quem foi ele, jogou aqui em
Garça?
Pois bem, João Crevelim, o
“Liminha” não jogou no Garça. Conseguiu fama
no Rio de Janeiro, defendendo o Flamengo, entre os anos de 1968 à 1975.
Atuava de volante, e ficou conhecido como o “motor da gávea”, um carregador de
piano, pois tinha um fôlego incomum, atuando na como “cabeça de área”. Disputou 513 partidas, venceu
250 vezes, empatou em 145 ocasiões, e perdeu outras 118 derrotas, além disso,
Liminha marcou 29 gols, o primeiro deles já na sua segunda partida vestindo o
Manto Sagrado, quando o Flamengo perdeu para o Guarani por 5 a 2.
Na época que estava no auge
da carreira, o garotinho Zico (maior ídolo flamenguista) foi lançado no
Flamengo. Liminha foi um dos seus maiores incentivadores. Tanto é verdade que
no livro “Zico conta a sua história”, o Galinho de Quintino faz fez questão de ressaltar que “ O Liminha me ajudou no início de carreira, junto
com Fred e Arílson. Peguei muita carona com ele para ir treinar na Gávea e,
quando comecei a jogar, ele falava para eu não voltar tanto que ele ia roubar a
bola do adversário e me dar. Era para eu ficar sempre esperando e não me
desgastar tanto marcando. Fomos campeões juntos em 74 com Jayme, Wanderley,
Cantarele, Rondineli, Junior etc. A safra inicial das grandes conquistas do
clube. Não só corria, mas jogava e incentivava todos a entender o que era
vestir a camisa do Flamengo”.
Depois de encerrar a
carreira residiu em Garça e era concunhado do Rogerinho, ex-atacante do Garça,
dos anos70. Quando tinha um folga,
geralmente no final do ano, vinha passear em nossa cidade e rever amigos. E
fazia questão de jogar na seleção dos
profissionais, que o técnico Juvenal Hilário do Nascimento montava. Liminha fez grande amizade com o pessoal do
Salão Carter e disputou vários amistosos no time de futebol suíço comandado
pelos irmãos Uzai.
Veja só que timaço foi a seleção
de férias, montada pelo carismático Juvenal Barbeiro, no ano de 1972. Em pé da
esquerda para direita: Pedroso, Waldir Perez, Jurandir (zagueiro do São Paulo),
Fernando, Pelezinho, Cidão e Lima; Agachados: Rogérinho, Helinho, Liminha,
Grilo e Titico.
Atualmente trabalhava nas
divisões de base do Flamengo. No outro flagrante, uma das ultimas fotos do
Liminha e na época envergando a gloriosa camisa do rubro negro carioca.
Fonte: Jornal Comarca de Garça