Por Wanderley `Tico´ Cassolla
Faltou pouco, muito pouco mesmo
para o retorno do Garça FC aos gramados neste ano. Segundo as informações que
recebemos, com o grupo empresarial que iria “tocar o time”, já estava tudo
certo. O único obstáculo foi o Estádio Municipal “Frederico Platzeck”, que
interditado há vários anos, não foi liberado pelos órgãos competentes. Uma pena,
convenhamos. Entretanto as obras de adequação continuam. O nosso sonho e de
muitos torcedores ficou para o ano que vem. A volta do Garça causou enorme
repercussão na cidade e região. Assim é que através da net, recebemos muitas
indagações e entusiasmados comentários, dos quais dois merecem destaque na
coluna.
De São Paulo, o Milton Neves,
consagrado jornalista do futebol brasileiro, mandou o seguinte recado: “Alô
Garça, boa sorte, tem uma história linda no futebol. Garça tem que ficar não na
terceira, quarta divisão, tem que ir para a primeira divisão. Viva Garça”.
De Bauru, recebemos uma
cópia da crônica do esportista João Francisco Tidei de Lima, reproduzida no
tradicional “Jornal da Cidade de Bauru”. O conhecido Kikão, era fervoroso
torcedor do Garça EC. e residiu em Garça na década de 50. Seus pais trabalhavam no
Centro de Saúde, na época localizado na Praça Pedro de Toledo, nº 211, onde
hoje está o Cartório do Registro Civil de Pessoas.
A crônica: “Parabéns ao jornalista Aurélio Alonso pela
bela matéria “Volta do Passado”, abordando documentário que resgata a
trajetória do Garça EC.
Diz o leitor: “Morei em
Garça durante 4 anos, de 1.952 a 1.955, na época o município estava entre os
maiores produtores de café do Brasil, com reflexos no seu dia-a-dia, onde se
incluía o futebol. Nas linhas e entrelinha da reportagem do Aurélio, fui capaz
de refazer aqueles anos, com seus referenciais inesquecíveis: o Instituto de
Educação Hilmar Machado de Oliveira, espaço exemplar do ensino médio, a Rádio
Clube de Garça, da Rede Piratininga, o majestoso Cine São Miguel, a Estação
Rodoviária, hoje tombada como monumento histórico, os dois jornais semanários
Correio de Garça e Comarca de Garça, e, claro, as jornadas do Garça E.C. Na
companhia de meu pai, eu não perdia um jogo sequer no Estádio de Vila Williams.
O Garça tinha um timaço, com duelos de provocar faíscas quando enfrentava o
rival vizinho, o Marília A.C. Não esqueço da seguinte escalação: Basílio, Tão
Acorinte e Pozi; Coutinho, Altamiro e Doleite; Garcia, Carlito, Paraguaio, Cecy
e Liquinho. Revelações, Liquinho logo seria contratado pelo Corinthians, e o
centro-médio Altamiro, esbanjando classe e invejada personalidade, atraía
interesse dos grandes de São Paulo, mas tinha emprego seguro na prefeitura da
cidade, razão de sua permanência.
Desembarquei em Garça e
retornei a Bauru, com minha família, em 1.955, pelos trens da Companhia
Paulista de Estradas de Ferro, na época classificada como uma das melhores do
mundo. Era um tempo que o nosso País, hoje campeão mundial de acidentes
automobilísticos, caminhava pelos trilhos”.