sábado, 18 de novembro de 2023

Recordar é Viver: "O bom momento do futebol suíço"



Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Não resta a menor dúvida: o futebol suíço garcense atravessa um bom momento. Estivemos assistindo à fase “mata-mata” do Campeonato Municipal, vencido pelo Flamengo, e teve cada “jogão”, disputadíssimos, com muito empenho dos jogadores. As equipes do Dinos, Levis, São Lucas, Kosminho, Os Pior, Vimec e Flamengo jogaram muita bola. Na minha opinião, qualquer um destes times que fosse campeão, o título estaria em boas mãos. Parabéns a todos!

Mas um parabéns especial ao corintiano Gilberto “Betão” Aguiar, o técnico multi-campeão garcense, sempre no comando do Flamengo. Desde os tempos do futebol amador e agora no suíço. Com seu jeito simples, mas que entende do assunto, o Betão consegue agregar o grupo e vai colecionando títulos. Não tem que não tire o chapéu pro Betão. Eu sou o primeiro da fila.

Só que não podemos esquecer das arbitragens, sempre um assunto polêmico em qualquer competição. Nos últimos jogos agradaram em cheio. Destaque para o também corintiano Cássio Zancopé, que mostrou porque foi um árbitro da Federação Paulista de Futebol, e continua em grande forma. Deu um show de arbitragem nos jogos, agrando os times e os torcedores que comparecem ao Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”.

Uma pergunta: se o Flamengo é o último campeão, você sabe qual foi o primeiro time campeão no “Manoel Gouveia Chagas”? Recebemos um interessante material escrito do são-paulino José Luiz da Silva, que sempre acompanha o futebol suíço e a coluna. Uma página do Jornal Comarca de Garça, com três fotos, que apesar de não estarem nítidas, servem para comprovar os fatos.

SALÃO CARTER CAMPEÃO: O campeonato inicial no Conjunto Poliesportivo “Manoel Gouveia Chagas”, foi realizado em 1996, e o time do Salão Carter foi o primeiro campeão nos “campos gramados”. Anteriormente as competições  aconteciam no famoso “terrão”, ou melhor, nos campos de terra batida, que ficavam  atrás do Hospital São Lucas. Ali eu considero como sendo a “fase romântica” da modalidade, a poeira levantava, os times se trocavam no meio do cafezal da fazenda Cascata, que fazia divisa com os campos. Os torcedores, então, não tinham nenhum conforto, mas se divertiram pra valer. Na gestão do então prefeito e corintiano José Alcides Faneco, através de indicação do vereador Washington “Cateto” de Araújo, foi inaugurado no dia 4 de maio de 1996, o bonito e imponente “Manoel Gouveia Chagas”, homenageando um grande esportista da cidade, relojoeiro e palmeirense, falecido no dia 29 de janeiro de 1994.

Ali todos puderam jogar com mais “conforto”, nos cinco campos construídos, todos nas mesmas dimensões. E o torcedor também, assistindo aos jogos na sombra das árvores, com sanitários para utilizar e até bebedouro com água.

Quanto ao primeiro campeonato, foi disputado no sistema de pontos corridos, isto é, todos os times jogando contra todos, em turno e returno, e contou com 13 equipes:  Pereira & Santos, Eletrônica, América, João Paulo II, Casa Estrela, Kosminho, Salão Carter, Flamengo, Socafé/Araceli, Cambalhota/Dinos, Alfa, Sindicato e 445.

Um dado curioso e que chamou a atenção foi a impressionante média de gols durante a competição: em 156 jogos, foram marcados 573 gols, o que dá uma média de 3,67 gols por partida. Com certeza os jogadores melhoraram o rendimento mudando da “terra” para o “gramado”.

A classificação final: 1º) Salão Carter, com 59 pontos ganhos; 2º) Kosminho, 54; 3º) Flamengo e 445, com 46; 6º) Pereira & Santos, 39; 7º) América, 34; 8º) Eletrônica, 32; 9º) Cambalhota/Dinos, 23; 10º) João Paulo II, 22; 11º) Casa Estrela, 20: 12º) Sindicato, 16 e 13º) Alfa, 9 pontos.


Os destaques individuais foram: Nenê Miranda, do Salão Carter, o artilheiro, e Maninho, do Kosminho, o goleiro menos vazado (foto).

Recordamos o time do Salão Carter, legitimamente o primeiro campeão nos “campos gramados”.  Em pé, da esquerda para direita: Luiz Quine (técnico), Carlão Sapé, Márcio Rossini, Dr. Jair, Carlos Alberto “Bô”, Dionísio, Bétão, Calixto, Arildo e Bíde; agachados: um torcedor, Tonho Ozaia, Júlio Alves, Nenê Miranda, Daniel Quine, Jair Proença, Decika e Polaco.

No outro flagrante, Dr. Jair Lopes Machado e Bide, que terminou como vice-artilheiro, com o troféu de campeão do futebol suíço do ano de 1996.