sábado, 28 de dezembro de 2013

Recordar é Viver: " Fernando Tucillo e Luzia, Bodas de Platina"










Por Wanderley `Tico´ Cassolla

Em nossa eclética coluna, procuramos falar mais do esporte em geral. Mas tem situações que não podemos deixar passar em branco e registrar. A idéia inicial era “entrevistar” o fanático palmeirense Fernando Tuccilo para  falar um pouco do glorioso Palmeiras e também da famosa Academia Palmeirense. Afinal de contas nos anos 60, nós éramos ainda moleque, moradores na colônia da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, e o “seo” Tuccilo com seu radinho de pilha “Mitsubishi", não perdia um jogo sequer. Os colegas de trabalho da “Paulista”, ou quem quisesse saber a escalação, resultado, classificação,  próximos jogos, era só conversar com ele. Acredito que a partir de então começamos a interessar pelo futebol. Sua especialidade era o Palmeiras, sabia tudo do tradicional time alvi-verde. Na sua concepção o meio de campo formado por Dudu e Ademir da Guia era o melhor do mundo. Além do que fazia comparações entre Ademir da Guia e Pelé, afirmando categoricamente que o 10 palmeirense era igual ou até mesmo melhor do que Pelé.
Agora nos jogos que o Verdão derrotava o Corinthians, o “seo” Tuccilo ia a loucura. O futebol, entenda-se Palmeiras, era uma de suas grandes paixões. A outra vem a seguir.
Durante o bate-papo um detalhe nos chamou a atenção e tivemos que mudar nossos planos.  Hoje faz exatamente 65 anos que o “seo” Tuccilo se casou com a Dona Luzia. Estão comemorando as merecidas Bodas de Platina. Olha convenhamos uma situação peculiar para os dias atuais. Pra variar a família está toda em festa. No último dia 11, a dona Luzia completou 90 anos, a mesma idade que o “seo” Tucilo irá fazer no próximo dia 8 de janeiro.
No álbum da família, que nos foi mostrado pela filha Angela, algumas relíquias e raridades. O jovem casal se conheceu no início dos anos 40, vivendo aquele amor platônico. Com a 2ª Guerra Mundial (1939 à 1945), o “seo” Tuccilo (foto) foi convocado para servir a Pátria, ingressando na 3ª Companhia do 5º Regimento de Infantaria - Batalhão Itororó, em Lorena (SP). Integrou a turma dos Caçadores no período de 1945 à 1947. No ano de 46 foi para a base de Itapetininga (SP). Foram anos difíceis, o Brasil sempre pacífico, resistia em participar, até que submarinos alemães afundaram navios brasileiros, não restou alternativa senão apoiar o grupo Aliado (liderado pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética), contra os Países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Mais de 25 mil soldados foram enviados a Europa, dos quais 943 morreram.
Em terras brasileiras, a vida rígida e difícil no quartel, esperando a qualquer momento ser convocado para a batalha, não impedia o “pracinha” Tuccilo (foto) de trocar cartas românticas com a sua jovem e apaixonada namorada Luzia (foto). Atualmente, com a saúde já abalada pelo tempo, “seo” Tuccilo não consegue descrever com mais detalhes como foi sua participação efetiva em terras brasileiras. Com o fim da guerra e missão cumprida, “seo” Tuccilo retornou orgulhoso para Garça e no dia 28/12/1948 se casou com a eterna amada Luzia (foto). Hoje está comemorando 65 anos de feliz união conjugal. O casal tem três filhos: Luiz “Bidiu”, José Carlos e Angela Maria, além dos netos: Vicente, Daniele, Carlos Fernandes e Cláudia.