Durante a semana, através da Junta de
Justiça Desportiva, Garça entrou para a história do futebol mundial ao se
tornar a primeira cidade do mundo a contrariar as regras do jogo de uma
modalidade esportiva, mudar uma decisão técnica do árbitro e assim cometer um
grande equívoco que pode causar até o encerramento prematuro da Copa de Futsal
garcense.
De forma `espantosa´, a JJD, ao contrário
do que preconiza a FIFA, responsável pelas regras do futsal e futebol praticado
no Planeta Terra, simplesmente determinou a mudança numa decisão do árbitro dos
jogos entre Jafa Futsal x Os Pior e Os Kome Keto x Ferroviária. Resumindo: o
que ele determinou dentro da quadra, onde é intocável – independentemente do
mesmo estar certo ou errado -, foi ignorado, em decisão nunca vista antes no
mundo do esporte.
Na partida entre Os Kome Keto x
Ferroviária, a mesma chegou ao seu final. Baseado no regulamento do Campeonato
que só para a JJD garcense prevalece sobre as regras mundiais da modalidade, o
órgão judicante simplesmente `rasgou´ a decisão do árbitro que determinou a
continuidade da partida, mesmo após relato em súmula de ter sido alvo de um galão
d´água atirado por atleta que foi expulso. Certo ou errado, isso não está em
discussão, pois foi uma decisão imutável do árbitro e o jogo seguiu até o
final. E deve, simplesmente ter o seu placar ratificado. Se o atleta agrediu ou
não, são outros quinhentos. O que prevalece – no mundo inteiro, diga-se de
passagem -, é a decisão de continuar o jogo. Mas a JJD achou que a partida
tinha que terminar quando o árbitro foi agredido. Como isso é possível se ele
decidiu por continuar a partida?
Lembram-se da expulsão do Dudu, do
Palmeiras, no Paulistão, após empurrão sobre o árbitro? Ou do Petros, então no
Corinthians, no ano passado, em condições similares? Os árbitros decidiram
continuar os jogos, os atletas foram punidos e os placares ratificados. Qual a
diferença em relação ao que aconteceu em Garça, a não ser que um é futebol e
outro futsal, ambos regidos pela mesma entidade mundial, a FIFA? O Tribunal
determinou que o árbitro errou, terminou o jogo e decretou a vitória aos times
contrários dos atletas agressores? Lógico que não. Mas se fosse pela JJD garcense...
E no caso Jafa Futsal x Os Pior, a situação
foi ainda mais grave. O árbitro, após expulsão de atleta do Os Pior, seguiu o
jogo, pois achava que tinha condições. É uma decisão técnica. Só ele tem o
poder de dar andamento ou não ao jogo, independentemente de provável erro ou
acerto na decisão. Não é isso que está sendo julgado. Mas aí vem a JJD,
novamente passando por cima das regras do jogo – sempre devem prevalecer sobre
o regulamento, que simplesmente são os artigos que encaminham determinada competição,
e nada mais -, tirando o poder dado aos árbitros pela FIFA – pasmem – e
determina a exclusão de ambas as equipes.
Se houve agressão do atleta sobre o
árbitro e a JJD se `aventurou´ em terreno que nem dela é – dentro da quadra,
frisando, só o árbitro pode tomar decisões e são imutáveis -, determinando a
punição ao Os Pior, deveria desconsiderar o que aconteceu depois, pois a
partida terminou – mas não terminou! – naquele instante. O certo seria dar a
classificação ao Jafa Futsal. Mas o jogo seguiu e no fim, por determinação do
árbitro, o mesmo foi encerrado, após agressão ao árbitro por parte de atleta do
time distrital. Aí sim prevalece o regulamento da competição, pois o árbitro já
tomou a sua decisão de encerrar a partida. E esta ninguém muda.
Exemplos
não faltam
Quando de participação na Copa dos Campeões
da TV Tem, a então SE RCG/Garça, numa decisão transmitida pela TV, teve um gol
não confirmado. A bola ultrapassou muito a linha fatal, mas o árbitro,
simplesmente não validou. O time perdeu e recorreu sobre o lance ao Tribunal da
FPFS. Nem foi julgado. Depois entrou com recurso ao Tribunal Superior da CBFS.
E o que aconteceu? Mesmo todos vendo que havia sido gol, o árbitro não deu e
como foi uma decisão técnica...
Não adianta comparar e dizer, erroneamente, que
os casos são diferentes, por se tratar de suposta agressão e gol legítimo não
validado. Os dois entram na `mesma conta´ por um motivo simples: são decisões
técnicas do árbitro, dentro da quadra. E isso não se discute. Quem sabe se a JJD
garcense julgasse a questão, o gol fosse validado e o título pudesse vir para
Garça.
Aliás, a decisão simplesmente inacreditável
causou um novo problema: nenhum árbitro quer apitar os jogos de futsal, pois
sabe que, se apitar algum lance erroneamente, a JJD poderá simplesmente anular
a sua decisão dentro da quadra e mandar voltar o lance ou a partida.
Só em Garça mesmo!