sexta-feira, 16 de outubro de 2015

JJD: quando uma decisão equivocada `estraçalha´ com um Campeonato



Durante a semana, através da Junta de Justiça Desportiva, Garça entrou para a história do futebol mundial ao se tornar a primeira cidade do mundo a contrariar as regras do jogo de uma modalidade esportiva, mudar uma decisão técnica do árbitro e assim cometer um grande equívoco que pode causar até o encerramento prematuro da Copa de Futsal garcense.

De forma `espantosa´, a JJD, ao contrário do que preconiza a FIFA, responsável pelas regras do futsal e futebol praticado no Planeta Terra, simplesmente determinou a mudança numa decisão do árbitro dos jogos entre Jafa Futsal x Os Pior e Os Kome Keto x Ferroviária. Resumindo: o que ele determinou dentro da quadra, onde é intocável – independentemente do mesmo estar certo ou errado -, foi ignorado, em decisão nunca vista antes no mundo do esporte.

Na partida entre Os Kome Keto x Ferroviária, a mesma chegou ao seu final. Baseado no regulamento do Campeonato que só para a JJD garcense prevalece sobre as regras mundiais da modalidade, o órgão judicante simplesmente `rasgou´ a decisão do árbitro que determinou a continuidade da partida, mesmo após relato em súmula de ter sido alvo de um galão d´água atirado por atleta que foi expulso. Certo ou errado, isso não está em discussão, pois foi uma decisão imutável do árbitro e o jogo seguiu até o final. E deve, simplesmente ter o seu placar ratificado. Se o atleta agrediu ou não, são outros quinhentos. O que prevalece – no mundo inteiro, diga-se de passagem -, é a decisão de continuar o jogo. Mas a JJD achou que a partida tinha que terminar quando o árbitro foi agredido. Como isso é possível se ele decidiu por continuar a partida?

Lembram-se da expulsão do Dudu, do Palmeiras, no Paulistão, após empurrão sobre o árbitro? Ou do Petros, então no Corinthians, no ano passado, em condições similares? Os árbitros decidiram continuar os jogos, os atletas foram punidos e os placares ratificados. Qual a diferença em relação ao que aconteceu em Garça, a não ser que um é futebol e outro futsal, ambos regidos pela mesma entidade mundial, a FIFA? O Tribunal determinou que o árbitro errou, terminou o jogo e decretou a vitória aos times contrários dos atletas agressores? Lógico que não. Mas se fosse pela JJD garcense...

E no caso Jafa Futsal x Os Pior, a situação foi ainda mais grave. O árbitro, após expulsão de atleta do Os Pior, seguiu o jogo, pois achava que tinha condições. É uma decisão técnica. Só ele tem o poder de dar andamento ou não ao jogo, independentemente de provável erro ou acerto na decisão. Não é isso que está sendo julgado. Mas aí vem a JJD, novamente passando por cima das regras do jogo – sempre devem prevalecer sobre o regulamento, que simplesmente são os artigos que encaminham determinada competição, e nada mais -, tirando o poder dado aos árbitros pela FIFA – pasmem – e determina a exclusão de ambas as equipes. 

Se houve agressão do atleta sobre o árbitro e a JJD se `aventurou´ em terreno que nem dela é – dentro da quadra, frisando, só o árbitro pode tomar decisões e são imutáveis -, determinando a punição ao Os Pior, deveria desconsiderar o que aconteceu depois, pois a partida terminou – mas não terminou! – naquele instante. O certo seria dar a classificação ao Jafa Futsal. Mas o jogo seguiu e no fim, por determinação do árbitro, o mesmo foi encerrado, após agressão ao árbitro por parte de atleta do time distrital. Aí sim prevalece o regulamento da competição, pois o árbitro já tomou a sua decisão de encerrar a partida. E esta ninguém muda.

Exemplos não faltam
Quando de participação na Copa dos Campeões da TV Tem, a então SE RCG/Garça, numa decisão transmitida pela TV, teve um gol não confirmado. A bola ultrapassou muito a linha fatal, mas o árbitro, simplesmente não validou. O time perdeu e recorreu sobre o lance ao Tribunal da FPFS. Nem foi julgado. Depois entrou com recurso ao Tribunal Superior da CBFS. E o que aconteceu? Mesmo todos vendo que havia sido gol, o árbitro não deu e como foi uma decisão técnica...

Não adianta comparar e dizer, erroneamente, que os casos são diferentes, por se tratar de suposta agressão e gol legítimo não validado. Os dois entram na `mesma conta´ por um motivo simples: são decisões técnicas do árbitro, dentro da quadra. E isso não se discute. Quem sabe se a JJD garcense julgasse a questão, o gol fosse validado e o título pudesse vir para Garça.

Aliás, a decisão simplesmente inacreditável causou um novo problema: nenhum árbitro quer apitar os jogos de futsal, pois sabe que, se apitar algum lance erroneamente, a JJD poderá simplesmente anular a sua decisão dentro da quadra e mandar voltar o lance ou a partida.
Só em Garça mesmo!