sexta-feira, 23 de maio de 2014

Revista Exame escancara o caos financeiro do negócio `Fielzão´




Por Blog do Paulinho 


Aos poucos, com a obviedade dos fatos, a grande mídia começa a perceber o grande desastre financeiro do negócio “Fielzão”.
Um estádio moderno, bilionário, bancado por um construtora chantageada, assegurado por um banco do Governo (em transação pra lá de suspeita) que pode, se as leis forem cumpridas, eliminar o patrimônio, conquistado a duras penas, por um clube centenário.
A reportagem, publicada ontem pela revista Exame, possui 21 páginas, e é arrasadora.
Abaixo, selecionamos alguns trechos, e, no final, basta clicar no link para ler a matéria, na íntegra.

“A SAGA DE ITAQUERA – o estádio do Corinthians, que vai abrir a Copa, custou R$ 1,2 bilhão, é um caso ímpar no uso de dinheiro público para fins privados – e ninguém sabe como o clube pagará a conta.”

“(…) a Odebrecht, que foi obrigada a financiar ela própria o início das obras, já que ninguém queria emprestar um tostão ao clube.”

“(…) O problema, aqui, é que não havia instituição financeira disposta a entrar nessa. Dilma, então, deu aos dois a notícia que eles tanto esperavam. A Caixa Econômica Federal, banco 100% estatal, cobriria o buraco.”

“(…) Assim, o total de empréstimos da instituição ao Corinthians chegará a R$ 750 milhões. (Procurada, a Caixa não comentou o novo empréstimo).”

“(…) Mas em nenhum caso o bom senso financeiro e o interesse público foram atropelados  de forma tão claro para beneficiar diretamente uma entidade privada – no caso o Corinthians, que ganhou um presente bancado pelo Erário.

É verdade, o clube tem uma dívida de R$ 750 milhões. Mas como se verá adiante, dificilmente terá como pagá-la.”

“(…) O MPF e o TCU avaliam as condições em que o dinheiro foi liberado – sobretudo, se as garantias oferecidas pelo Corinthians tiveram seu valor inflado.”

“Um relatório preliminar do MPF aponta indícios de que os terrenos dados em garantia valem muito menos do que o dito no Contrato.”

“O impacto econômico disso (liberação dos CIDs da Prefeitura – R$ 420 milhões) para o país é muito maior que o do Mensalão.”, diz o promotor Marcelo Milani (MP-SP), responsável pela investigação.”

“Para o corinthiano Lula e o PT, era a chance de aparecer como cor-responsáveis pela concretização do sonho de 30 milhões de corinthianos. Nascia, ali, a campanha de Sanches a Deputado Federal pelo PT em 2014.”

“Como costuma acontecer em obras desse tipo, o preço “fixo” estabelecido em contrato acabou sendo de mentirinha. O Itaquerão se tornou o estádio com o custo por assento mais caro da história das aberturas de Copa.”

“Mas, quando a Copa acabar, restará ao Corinthians a tarefa de pagar dívidas acumuladas para construí-lo.”

“A diretoria do BNDES aprovou, em julho de 2012, o repasse dos R$ 400 milhões pelo Banco do Brasil, que assumiria o risco do crédito. Tudo parecia resolvido, mas a diretoria do banco se rebelou.”

“Ficamos aliviados por terem partido para outra instituição (CAIXA), pois nada do que era apresentado como garantia estava de acordo com as boas práticas bancárias”, diz um executivo do Banco do Brasil (…)”

“O valor (dos terrenos dados em garantia a CAIXA – um em Itaquera, dois no PSJ) é 30% superior ao preço do metro quadrado de imóveis novos nas duas regiões. Além disso, esses terrenos foram arrolados pela Receita Federal (…).”

“Exame teve acesso ao relatório da auditoria (que avaliou um acréscimo de R$ 160 milhões no preço do estádio) , que concluía que apenas R$ 15 milhões do pleito (total) faziam sentido.”

“Nas contas de Andres Sanches, vai ser moleza (pagar o estádio). Ele projeta uma receita anual de R$ 120 milhões só com jogos, R$ 95 milhões por ano de camarotes (…).”

“O faturamento anual do clube com bilheterias nunca passou de R$ 35 milhões. Se conseguir R$ 120 milhões pretendidos, ultrapassará, de longe, o italiano Milan, que fatura R$ 79 milhões de bilheteria. A receita dos camarotes seria nove vezes maior do que a do Maracanã, por exemplo.”

“E se o Corinthians não conseguir pagar ? (…) aos poucos o banco assumiria o Itaquerão. Pelo acordo com a CAIXA, após dois anos de inadimplência o banco poderá exigir a troca na gestão do estádio.”

“Como também acabaria dono do terreno (dado em garantia), na prática o banco público administraria o estádio e assumiria os “naming rights”. Nasceria assim a Arena CAIXÃO ?”.

ABAIXO A MATÈRIA DA REVISTA EXAME, NA ÍNTEGRA