Por Wanderley M. `Tico´ Cassolla
“A vida sempre nos reserva algumas surpresas. Ora agradáveis e alegres, ora tristes e dolorosas. E no último domingo (9), chegou a hora de vivenciarmos momentos de profunda tristeza, com o falecimento do nosso colaborador Ademar Cassemiro da Silva, que nos acompanhou, nos trabalhos diários de elaboração do jornal, nesta última década. Dedicado ao extremo, Ademar era um dos primeiros a chegar, para organizar a entrega dos exemplares do dia. Fazia questão de manter um laço de amizade com os assinantes, logo às primeiras horas da manhã, para um bate-papo amistoso em torno de um cafezinho. Ultimamente deslocado para o setor comercial, era o responsável pelas cobranças externas. Todas as tardes era sempre aguardado com ansiedade, quando tinha a oportunidade de passar as últimas informações que colhia de suas andanças pelos mais diferentes pontos da cidade. Era uma pessoa querida e estimada por todos, pois sempre atuou no atendimento ao público, não só aqui no jornal, mas antes na Casa Toyota e na Casa Estrela. Seu constante bom humor aliado a um gênio expansivo, o tornaram um verdadeiro colecionador de amigos. Que agora já sentem muita saudade de sua ausência. E certamente será compensada pelas lembranças de instantes felizes que ele nos proporcionou”.
Este foi o triste editorial da “Comarca” da última
terça-feira a respeito do falecimento do amigo de trabalho, Ademar. A minha amizade com ele sempre se
resumiu mais ao futebol, do qual ele era um grande apaixonado. Em nossos
encontros lá vinha a pergunta “Ei Tico se viu ontem, o Corinthians perdeu, o Santos
ganhou, e desta vez o Palmeiras vai cair de novo!!!”. "E o Garça será que vai
voltar?". Aí o papo prolongava, até que
ele interrompia. “Depois a gente continua, tenho que ia fazer umas cobranças pro
jornal”. Montava em sua inseparável bicicleta e partia para o trabalho. Assim era o Ademar, uma pessoa simples, trabalhadora, um esportista. Outrora sempre acompanhou os campeonatos amadores de nossa cidade. Vale lembrar
que o Ademar, juntamente com o mano Celsinho, Cristian Kotinda, Mario Zapata,
Takashi Kitamura e o Admir Martineli, fundaram o Clube Atlético Ipiranga, no
dia 21 de março de 1960. Como se sabe o Ipiranga foi um dos mais tradicionais
times amadores que existiu em Garça. O Ademar não foi lá de correr atrás da bola,
mas no ano de 1970, disputou vários jogos pela equipe da Casa Toyota, de onde
era um exemplar funcionário. Em pé, da esquerda para direita: Nenê Caveirinha
(árbitro), Edgar, Manoel, Clóvis, Valdir Teixeira, Zelão e Tonho Nêgo;
Agachados: Ademar Cassemiro, Sideildo, Piva, Pelé, Alvim e o árbitro Antonio Maceloni. No outro flagrante
em foto recente, o Ademar ao lado de sua querida mãe, Eronias. O Ademar foi
casado com a Lourdes Duarte e deixou três filhos Elisangela, Kellen e
Guilherme, muitos amigos e nenhum inimigo.
E o Celsinho, bem resumiu as qualidades e virtudes
do mano: “O Ademar viveu um bom tempo entre nós, se fez amigo, se fez querido e
deixa no arrepio, um vácuo na cidade de Garça e também no jornal
"Comarca", do qual amava trabalhar. Sempre quando um irmão vai embora, vai junto
com ele um pouco da gente mesmo. A ele o nosso abraço de despedida, um homem que soube trabalhar, construir uma família honrada e filhos
exemplares, assim como soube encarar a morte com um sorriso nos lábios, como
fez com a própria vida”.
Fonte: Jornal Comarca de Garça