sexta-feira, 9 de maio de 2014

Ex-atleta amador recorda data de seu `renascimento´


MIltinho Palmeirense, esposa Eleny e os filhos Rafael e Flávia


Após acidente, ficou oito meses usando colar cervical



Miltinho, com a Eletrônica, última equipe onde atuou, ano de 1997: Danilo, Cláudio, Mário, Zé Bueno, Miltinho, Vermeio e Gilberto Nagao; Carlinhos, Lobão, Gilmar, Barião, Célio, Nicola e Tonhá
- Coisas da vida. É mesmo assim.

Onze de maio (11 de maio de 1.997), Um Mil Novecentos e Noventa e Sete. Domingo dias das Mães.
Data de nascimento? Não! De renascimento.
Este dia por muito tempo tentei apagar de minha vida, foi inicio, de como me vejo hoje para o mundo.
Um acidente automobilístico se colocou no meu caminho, transformou minha vida, me virou pelo avesso.
Perto dos 31 anos, foi terrível aceitar, depois de parcialmente recuperado, o que eu próprio me destinei.

Hoje depois de muitos lamentos, crises de depressão, revoltas, e embora saudoso daquele jovem saudável, esperançoso, atleta e tudo mais, penso e tento dar o Maximo de mim, para me ajustar, com a vida.
Este acontecimento, me trouxe a novas realidades, realidades que talvez nunca ter o direito de aflorar.
É difícil, mas as coisas da vida SÃO ASSIM. O que não se aprende no amor, acaba entrando pela dor.

Deixei de fazer o que mais gostava jogar futebol, passei a ser dependentes de pessoas, cadeiras de rodas, andadores, muletas, beiradas de muro para me locomover.
Desesperador.
Mas a dor foi ensinando, com apoio da minha esposa Eleny Martins Fabrício, dos filhos, parentes e amigos consolando. A cabeça trabalhando, mais o que o físico não chego a ser um novo homem, mas tento.

A cada dia que ganhei novamente de DEUS, depois do acidente, da recuperação e principalmente depois da aceitação, procuro dar cores e vidas diferentes.
Com isso, os gramados, campos de terras, bares, lugares ermos e tudo o que vivia antes foram trocados, por outros valores.
Valores estes, que fazem ser visto por outros angulosos. Às vezes amado, outro odiado, mas acima de tudo isso, me considerado útil.
Se sou julgado, melhor ser julgado pelas obras de boa intenção, de amor a vida, de ajuda ao próximo.

Nesta virada, me orgulho de ter participado daquilo que antes nem sabia que existia.
- Fui delegado usuário do SUS e representante do município de Garça, na VI Conferencia Nacional de Saúde, municipal, regional, estadual, e nacional.
- Presidente do Conselho Municipal dos Direitos dos Deficientes de Garça CMDD.
- Um dos fundadores da Associação dos Deficientes de Garça ADG.
- Presidente por 17 meses da Associação dos Deficientes de Garça ADG.
- E hoje continuo como voluntário lutando por nossos direitos adquiridos por lei.

Passei por quase tudo, mas espero continuar nesta sobrevida passando, por muito mais.
Continuar cuidando da minha família. Família essa que foi muito importante para minha recuperação, atazanando os amigos de preferência os Corintianos, e incomodando a todos os que se acham incomodados.
Mudei sim, mas procuro, acredito e faço tudo pelo melhor. Às vezes erro. Mas é a vida. Sou humano coisas da vida.

Abraços, a você que me incentiva, a você que me apoia e também a você que me critica. Sem vocês eu não teria valores para continuar lutando.
Faço minhas a palavras do poeta,

Só posso levantar
As mãos pro céu
Agradecer e ser fiel
Ao destino que
DEUS me deu.
Não agradeço pelo acidente, mas sim pelas oportunidades que DEUS me deu, através dele.
ONZE DE MAIO
VIVA A VIDA
OBRIGADO.
MILTON CEZAR COSTA FABRICIO
MILTINHO PALMEIRENSE.

Agradecimentos -
- Time da Eletrônica do futebol suíço.
- Fisioterapeuta Mariza Guerreiro.
- Corpo de Bombeiros através do sargento Marciano e toda sua equipe.
- Todos que de alguma forma me ajudaram.

- PRA FINALIZAR:
O que move a cadeira não são as mãos, é a cabeça da pessoa. Ser cadeirante não tem limites, não há barreiras. ”Se eu pudesse escolher em ser uma pessoa fisicamente normal, eu optaria continuar cadeirante, eu me amo assim”.