terça-feira, 11 de junho de 2013

Conheça o Clube do Zé Pedro

Flagrante do Clube do Zé Pedro, que se reúne sempre aos domingos no futebol suíço

Lance da partida: placar só é importante após às 11h30

Zé Pedro confere a lista dos presentes e quem já contribuiu com os R$ 8 em junho
Quem chega ao futebol suíço aos domingos, pode perceber que o Naudert S. Braga é palco de um jogo de futebol que reúne muitos atletas conhecidos, porém, que não atuam em nenhum campeonato oficial do município. Trata-se do Clube do Zé Pedro, formado em 1997, onde a partida é marcada por regras próprias e uma disciplina rígida, reunindo muitos amigos, sem preocupação com a faixa etária ou até mesmo com o placar.
Estivemos acompanhando a movimentação do Clube, onde conversamos animadamente com o seu fundador, que reiterou por diversas vezes que "A reunião do domingo é sagrada!".
Zé Pedro, sempre muito solícito, fez questão de nos passar algumas regras. Entre elas aquela que frisa que não há placar nos jogos. "Depois das 11h30, quem fizer o primeiro gol, ganha, pois os atletas já estão cansados - os confrontos sempre começam ás 10 horas -, sendo que todos nós somos vencedores", fez questão de frisar.
Outro item interessante do regulamento diz respeito ao rigor disciplinar do Clube. "Eles se respeitam muito. Ao longo dos anos, cinco ou seis elementos foram eliminados por indisciplina. Não admitimos que ninguém xingue ou desrespeite o companheiro", enfatizou.
Os atletas contribuem mensalmente com R$ 8,00, cujo total auferido é destinado para a compra de materiais esportivos e para o tradicional churrasco de encerramento da temporada, com todos os familiares presentes à festa.
"Nós nunca ficamos sem ter número de jogadores, a não ser no domingo passado quando caiu aquele `toró´", orgulha-se Zé Pedro, que considera o seu clube uma verdadeira família. "Por isso que eles falam que nós somos a reciclagem", acrescentou, em tom de brincadeira.

O início
Comandando o América no futebol suíço em 1997, Zé Pedro, numa reunião para definição do certame daquela temporada, mostrou-se totalmente contrário à liberação de atletas mais jovens. Foi ali que ele tomou uma atitude radical: procurou o então vereador, Paulo Celso `Pingo´ Fabretti Vieira, que deu entrada na Câmara com um requerimento, aprovado por unanimidade, cedendo o campo para que os atletas que não disputariam a competição naquela temporada, pudessem praticar o futebol.
"Eu fui chamado pelo prefeito da época, o `seo´ Júlio Marcondes de Moura, que disse que eu tinha razão. Foi assim que o nosso clube começou", relembrou.
Zé Pedro fez questão de citar os atletas que estão desde o início, há 16 anos. São eles: Nestor Sartóri, Cajola, Vavá, Valdevino e o Nenê Caldamone.

Os mais antigos do clube: Cajola, Nestor Sartori, Nenê Caldamone, o fundador, Zé Pedro, Valdevino e Vavá
Uma atuação de muitas décadas em prol do futebol
José Pedro Gução é uma das figuras mais conhecidas no futebol garcense ao longo dos anos. Após residir um período na capital, retornou a Garça, onde formou o time de futebol da Ogawa e depois, o Municipal. Mas foi com o América, time de muito destaque nas décadas de 80 e 90, que o seu nome ganhou uma projeção ainda maior na várzea garcense.
Zé Pedro lamentou apenas um fato durante a nossa conversa: a ausência de seu neto, Pedro Paulo, o atleta mais jovem do Clube, que não pôde comparecer no domingo (9).

Zé Pedro: merecedor de todos os elogios e aplausos  por sua contribuição ao futebol garcense