sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Recordar é Viver: "O goleiro Waldir Peres no Corintinha de Garça"












Por Wanderley `Tico´ Cassolla


Na última terça feira, o goleiro Waldir Peres estaria completando 67 anos de idade, se estivesse entre nós. Só que infelizmente, no dia 23 de julho do ano passado, faleceu na cidade de Mogi Mirim/SP, vitimado por um infarto fulminante.

Mas o presidente de seu primeiro time aqui em Garça, o corintiano Luiz Gonzaga Conessa, não esqueceu da data, prestou uma bonita homenagem ao seu pupilo mais famoso, na sua página no facebook (foto). Afinal de contas, foi no Corintinha garcense, que tudo começou nos idos de 1.965.

Segundo nos revelou o Luiz Conessa, naquela época ia começar mais um campeonato infanto juvenil e o Corintinha estava precisando de um goleiro. O Dorival Chicareli, o Vado, então centroavante do time, comentou que tinha um garoto que era goleiro na Escola Hilmar Machado, e estava “pegando tudo, nos jogos disputados na hora do recreio. Era difícil fazer gol nele”. Não restou alternativa senão um convite para ele ir fazer um teste. 

No domingo seguinte, o Corintinha tinha um jogo amistoso, à tarde, no Campo da Congregação, em Vila Labienópolis (hoje no local é a Escola Victor Hugo). Foram convidados três goleiros: Airton, Pompéia e o Waldirzinho (ainda sem o Peres). Por incrível que parece, foi um dia muito quente, com um sol de “arrebentar mamona”. Só apareceu o Waldir, que evidentemente foi aprovado no teste. Muito embora ele tenha jogado muito e “fechado o gol’.

Luiz Conessa recordou que o Corintinha foi disputar o campeonato municipal e cumpriu uma grande campanha. Numa das decisões o jogo contra o famoso Paulistinha, foi para as cobranças de pênaltis. O Waldir Peres estava inspirado e defendeu quatro penalidades. A fase de pegador de pênaltis começava aí. No ano seguinte o Corintinha não participou dos certames citadinos, e o Waldir Peres foi jogar no Paulistinha. A vitoriosa carreira estava decolando, depois foi para o Bangu, Garça, Ponte Preta, São Paulo, Seleção Brasileira e mais um montão de consagrados times do futebol brasileiro. Opa, não podemos esquecer também da passagem no xará famoso, o glorioso Corinthians nas temporadas de 1.986/87.

Recordamos a foto histórica, a primeira da carreira do Waldir Peres no Corintinha de Garça, no ano de 1.965. Em pé, da esquerda para direita: Arcenio, Otacílio, Waldir Peres, José Carlos, Joãozinho e Luiz Conessa (presidente); agachados: João, Romildo, Valdo, Celsinho e Cirso Luporini.

Um detalhe: O Corintinha posando com a camisa do Botafogo? Isto mesmo. Tudo porque na época era difícil um time comprar um uniforme. Como o Corintinha era formado somente por garotos, ficava mais difícil ainda. Então jogavam com a camisa emprestada pelo Botafoguinho, do Egídio, no melhor estilo “fair-play”.

Na outra foto do ano passado, decorridos 52 anos, o emocionante encontro dos três destaques do Corintinha: Luiz Conessa, Vado e Waldir Peres. E dos álbuns que a Cristina Abido ganhou do Waldir Perez, mostramos a foto  dele com a camisa do São Paulo, recebendo o prêmio Belfort Duarte, dado ao atleta profissional/amador que ficar dez anos ser sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas.

FIM DE CARREIRA EM GARÇA: Segundo o presidente Luiz Conessa, por pouco o Waldir Peres não encerrou a sua consagrada carreira de goleiro, no próprio Corintinha. Foi durante um amistoso contra uma equipe da cidade de Pederneiras, no Campo do Bandeirantes, Vila Mariana (se fosse hoje o campo era ao lado da praça lá existente). Ao disputar uma bola com um atacante de Pederneiras houve a dividida, e o ponta esquerda conhecido por “Sembaixo” quebrou o pé (teve fratura exposta). Na hora o Waldir Peres saiu de campo chorando e foi embora para sua casa, falando que nunca mais iria jogar bola. Foi bem difícil convencê-lo a voltar aos campos, acrescentou Luiz Conessa, que hoje fala com todo orgulho, ter contribuído sobremaneira para o sucesso da carreira do Waldir Perez, e responsável direto pela revelação do maior jogador da história de Garça.