GFC e uma formação dos anos 50
Agamenon e Irineu Palmeira
Por Wanderley 'Tico' Cassola
Neste domingo (18), o Santos tem um jogo importante diante do Barcelona, quando poderá conquistar o tri-mundial de clubes, repetindo os feitos de 1962 e 1963. Uma parada pra lá de indigesta, enfrentar o melhor time do planeta na atualidade não é mole não. Entretanto como no futebol tudo é possível, quem sabe o Neymar esteja num dia inspirado e consiga dar ao Santos este título. Voltando no tempo, poucos torcedores se lembram que no ano de 1956 o Santos foi “bi-campeão” paulista, pela primeira vez em sua história.
Porém, bem poucos esportistas se recordam que no dia 05/07/1956 (domingo), o Santos com seu time titular jogou aqui em Garça e perdeu por 2 a 0.
A manchete da Comarca foi a seguinte “Com um futebol vistoso o Garça Esporte Clube suplantou o Santos, campeão paulista, jogando no Estádio de Vila Williams”. A reportagem foi do são-paulino Orlando Covolan, que também destacou: “atuando com mais lucidez e objetividade, o alvi-anil garcense soube se impor com categoria ao Santos, vencendo-o por 2 a 0, gols marcados ainda na etapa inicial, por intermédio de Ceci e Evaldo, descrito da seguinte forma: aos 6 minutos Evaldo escapou pela direita e cruzou, o goleiro Manga tentou cortar a bola, que acabou entrando no gol direto. O segundo gol: o Garça atacou e num bate rebate dentro da área, Ceci fuzilou no canto, sem chances para Manga”. A renda foi de Cr$-180.000,00, e o árbitro da FPF foi Antonio Assunção Pereira”.
Com relação ao time praiano, Orlando Covolan, relatou “que o quadro santista não atuou a contento, talvez pela ausência de Jair da Rosa Pinto, então craque do time. Com a derrota em Garça, o Santos perdeu uma invencibilidade de 16 jogos.
GARÇA: Velasco; Agamenon e Charret; Altamiro, Mauri e Doleite; Liquinho (Irineu Palmeira), Zigomar, Haroldo, Ceci e Evaldo.
SANTOS: Manga (Barbosinha); Hélvio (Wilson) e Ivan (Feijó); Ramiro (Valdir), Fiote e Zito (Cássio); Alfredinho (Zinho), Carlinhos, Pagão, Vasconcelos e Dorval. Os jogadores Pepe e Formiga não vieram pois foram convocados para servir à seleção brasileira.
Só para se ter uma ideia da importância da vitória do Garça, vale ressaltar que o Santos entraria em campo 24 horas depois (numa terça-feira) na Vila Belmiro, e venceria o famoso esquadrão espanhol do Real Madrid, pelo placar de 2 a 0.
Recordamos uma das formações do Garça, do final da década de 50. Em pé da esquerda para direita: Agamenon, Scurachio, Tóti, Goiano, Cido Tramontini e Walter Palmital; Agachados: Alcides Rissi, Irineu Palmeira, Damazini, Plínio Dias e Nado.
Na outra foto conseguimos reunir, depois de 55 anos, os jogadores Agamenon Galvão e Irineu Palmeira, que defenderam o Garça na memorável vitória diante do Santos. O zagueirão Agamenon disse que teve que se desdobrar para marcar o ataque santista, a ponto de tirar uma bola de bicicleta, em cima da risca fatal. Já o comedido meio-campista Irineu afirmou que o resultado foi incontestável, com o Garça disputando uma partida impecável, fazendo por merecer a vitória sobre o então bi-campeão paulista.
Fonte: Recordar é Viver - Jornal Comarca de Garça
Obs.: Pelé chegou ao Santos no ano seguinte ao jogo em Garça.