Formação do GFC de 2002, ano em que caiu para a Série B, afundando-se de vez
O amigo que acompanha este espaço pode estar perguntando sobre o título do post. Explicamos. Foi esta a frase dita pelo ex-presidente da Santacruzense, Hélio Majoni, que deixou o cargo recentemente, por imposição do patrocinador do time que ocupa a lanterna da série A - II.
O motivo de 'pegarmos um gancho' nesta frase diz respeito à dura realidade vivida por times de futebol do interior de São Paulo. A cada temporada, mais dificuldades, clubes afundando, torcida se afastando, enfim, com o esporte realmente caminhando para uma situação sem retorno.
Senão vejamos. O GFC é um exemplo clássico. Fundado em 13/02/65 - antes era o Garça Esporte Clube - , o querido Azulão sempre esteve disputando o profissionalismo. O auge ocorreu em 1971, quando quase subiu para a divisão principal, naquele quadrangular inesquecível, realizado em Parque Antárctica. Continuou, a trancos e barrancos, competindo até 1981. Retornou em 1984, novamente paralisando as atividades em 1989. Como se percebe, passaram-se quase três décadas. Mais um momento de pura empolgação foi verificado em 1996 - retornou três anos antes através de um empresário japonês, Naotaka Honda -, com o acesso para a A-III, onde ficou até 2002. Neste intervalo, perdeu o título daquela divisão em 2000, para o Nacional da capital. Ameaçou retornar em 2004, com o grupo coreano que tomou frente, saindo pelas portas dos fundos e não dando nenhuma satisfação aos garcenses. Mas já era o ocaso, a última divisão que não tem nenhum atrativo.
Como se observa, as adversidades são enormes. A dificuldade para o gerenciamento das equipes, captação de recursos, marketing inexistente e desinteresse do torcedor com o passar dos anos, vai afundando times tradicionais. A Internacional de Limeira, que um dia foi campeã paulista sobre o meu querido Palmeiras, em 1986, é um exemplo disso. De integrante do Campeonato Brasileiro a uma simples equipe que perambulou até pela Série B do Paulista. Hoje está de volta à terceira divisão, mas sem um futuro alvissareiro. Juventus da Móoca, São Bento de Sorocaba e XV de Jaú, todos com enorme tradição, também se encontram nesta situação. Pior para Portuguesa Santista e Nacional da capital, este, fundador da FPF, que hoje estão na Série B, bem como o Jabaquara de Santos, que um dia fez frente ao Santos de Pelé. Por que estes times caíram tanto? Qual é a saída para que isso não aconteça? Daqui há 10 anos, quais times tradicionais terão fechado suas portas?
O Garça FC não é um caso isolado, mas sim, mais uma 'vítima' do futebol profissional de hoje. O amadorismo de outrora não resistiu às mudanças inexoráveis impostas pelo tempo, onde o simples amor ao time não é suficiente para a sua manutenção. Infelizmente a situação é esta. Por isso que não acreditamos no retorno do Azulão. Não que sejamos contra, muito pelo contrário. Mas é uma contestação sem argumento contrário.